Disfunção familiar e declínio cognitivo no envelhecimento: estudo longitudinal populacional Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Diego Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-10102022-101751/
Resumo: Introdução: O declínio cognitivo relacionado à idade geralmente se intensifica por volta dos 60 a 65 anos de idade. Alguns fatores, como o estresse psicológico, podem impulsionar o declínio cognitivo no envelhecimento, acentuando prejuízos associados à idade e, consequentemente, afetando a independência e bem-estar na velhice; vários estudos já demonstraram que o estresse ao longo do envelhecimento não é incomum e que as relações familiares disfuncionais constituem fontes importantes de estresse nos idosos. Considerando o potencial estressor que a disfunção familiar representa, questiona-se se a exposição prolongada a arranjos familiares disfuncionais pode contribuir para o declínio cognitivo ao longo do envelhecimento. Objetivo: Verificar se a disfunção familiar é um fator preditivo de declínio cognitivo no envelhecimento. Método: Estudo secundário com análise de dados existentes do estudo longitudinal, de base populacional, Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE). Foram analisados dados de 791 idosos de duas coortes do estudo SABE entre o período de 2006 e 2015. A disfunção familiar foi avaliada pelo instrumento APGAR familiar, enquanto que o desempenho cognitivo foi avaliado pelo Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), fluência verbal (animais) e extensão de dígitos na ordem inversa. O declínio cognitivo foi medido pela diferença dos escores entre os períodos de 2006 e 2015. Resultados: Aproximadamente 10% da amostra apresentou disfunção familiar. Embora tenha havido uma diminuição significativa nos escores do MEEM, fluência verbal e extensão de dígitos ao longo do tempo, o apgar familiar não se associou com o declínio cognitivo. A análise multivariada mostrou que os escores relacionados a cognição e a funcionalidade familiar, como: idade, escolaridade, morar sozinho, depressão e Apgar de Família, não explica o declínio cognitivo nos idosos. Conclusão: Os achados do presente estudo indicam que a funcionalidade familiar não está associada ao declínio cognitivo de idosos da comunidade. Novos estudos longitudinais são necessários para analisar a influência de características qualitativas das relações familiares no desempenho cognitivo de idosos.