À Direita da Juventude: o processo de renovação neoliberal no Brasil visto a partir da atuação política do MBL - Movimento Brasil Livre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Leandro Machado dos lattes
Orientador(a): Berino, Aristóteles de Paula
Banca de defesa: Silva, Roberta Maria Lobo da, Campos, Marília Lopes de, Benacchio, Rosilda nascimento, Coelho, Gustavo
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9952
Resumo: Buscamos neste trabalho entender, a partir de uma configuração sócio-histórica específica, a forma como o Movimento Brasil Livre se articula com outras organizações políticas de corte liberal, refletindo principalmente sobre os efeitos que as imagens produzidas pelo movimento tem na sua proposta de difusão de uma narrativa ancorada nos princípios e valores do liberalismo formulado principalmente pelos teóricos da Escola Austríaca de Economia, com ênfase principalmente para as contribuições de Friedrich Hayek. A ideia foi apresentar as conexões existentes, sem a preocupação de provar os vínculos institucionais, entre o movimento e seus aliados políticos, entendendo que não se trata de uma articulação que emerge apenas a partir das mobilizações do segundo semestre de 2013, com o intuito de mostrar que o surgimento dessa organização política naquela configuração específica revelava que o bloco liberal, organizado de modos mais orgânico no país, a partir de 1977, encontrava naquele contexto as condições favoráveis para vir a público e defender seus princípios e valores sem nenhum pudor. Cabe destacar que esse processo não foi observado de modo isolado, mas considerou que as articulações nacionais se entrelaçavam com os projetos políticos, econômicos e sociais que o capitalismo colocara em prática após o fim da Era de Ouro do capitalismo mundial, já que partiram dos países centrais, especialmente dos Estados Unidos da América, o modelo que deveria ser colocado em prática a partir de então. Nossa análise concentrou atenção nas reflexões macroeconômicas produzidas pelo campo da teoria crítica para pensar que as transformações sistêmicas adotadas no final da década de 1960 imprimiram uma nova realidade política que inibia a ação o efeito das ações políticas de massa sobre as decisões dos estados nacionais desequilibrando substancialmente a relação de conflito distributivo entre os interesses do mercado e a garantia do Estado democrático de direito, corroborando a ideia de que a baixa produtividade do sistema impossibilitava dali por diante a manutenção de qualquer conjunto de direitos, imprimindo, desta forma, uma série de limites para a realização da própria democracia enquanto forma de governo possível. Esse processo de reforma se inicia, no Brasil, com Fernando Collor de Mello, em 1990, e permanece sem interrupção até Jair Bolsonaro, revelando que o liberalismo colocado em prática no país vai combinar momentos de maior ou menor ortodoxia, aparentando, em alguns momentos, principalmente durante os anos de governo do Partido dos Trabalhadores, ter se tornado algo diferente. Assim, percebemos que o Movimento Brasil Livre, enquanto representante de uma fração da juventude, não emerge do nada, mas representa uma importante renovação dos quadros políticos liberais no Brasil.