A construção de ambientes educativos e dos princípios formativos de educadores ambientais na proposta da “ComVivência Pedagógica”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Granier, Noeli Borek lattes
Orientador(a): Guimarães, Mauro lattes
Banca de defesa: Guimarães, Mauro, Soares, Ana Maria Dantas, Guerra, Emerson Ferreira, Pereira, Celso Sánchez, Pinto, Vicente Paulo dos Santos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9926
Resumo: A crise civilizatória que vivenciamos, que se expressa com veemência na emergência climática, evidencia a necessidade de mudanças radicais nos padrões que alicerçam os modos de vida modernos, incompatíveis com a preservação e manutenção da vida em sua diversidade. Na formação de educadores ambientais, tal radicalidade indica a pertinência de se promover processos formativos igualmente radicais, no sentido de tocar nas raízes da lógica negligente e destrutiva que sustenta este sistema e o difunde como único possível, instrumentalizando educadores para a construção de outras formas de ser e estar no mundo. Nesta intencionalidade, a vertente crítica da educação ambiental vem desenvolvendo a proposta formativa da “ComVivência Pedagógica” para educadores ambientais, estruturada a partir de imersões coletivas em contextos marcados por referenciais diferenciados da lógica dominante, intencionando proporcionar a vivência de um “choque de realidade” desestabilizador destes padrões, fertilizando a receptividade a outras visões de mundo. A presente pesquisa debruça-se em aprofundar o desenvolvimento teórico-metodológico da proposta, ampliando seus referenciais de ação e tendo como principal objetivo a consolidação dos Princípios Formativos que subsidiam a construção de ambientes educativos para a sua realização. O ambiente educativo aqui é um espaço subjetivo, caracterizado pelo movimento interrelacional que se constrói na e pela “Convivência Pedagógica” entre os educadores em formação, a partir da práxis individual e coletiva resultante desta experiência. Os cinco Princípios Formativos - reflexão crítica, postura conectiva, desestabilização criativa, indignação ética, intencionalidade transformadora – são dinamizadores deste ambiente de “ComVivência”, conferindo-lhe potencialidade. Para o desenvolvimento deste trabalho foram adotadas as abordagens metodológicas Revisão Bibliográfica, Observação Participante e Pesquisa-Formação. Considerando a complexidade da formação do educador ambiental nesta conjuntura de crise, a perspectiva teórica que subsidia a proposta da “ComVivência Pedagógica” tem caráter multirreferencial e conduzida sob o prisma da interculturalidade crítica. Em complemento às experiências vivenciais, tal abordagem oportuniza uma visão problematizadora abrangente sobre a realidade socioambiental. A experiência imersiva coletiva realizada como pesquisa de campo deste estudo se deu no Caminho de Santiago de Compostela (Espanha). Embora o contexto não tenha oferecido a radicalidade desejada por estar dentro da realidade hegemônica, proporcionou a construção de um ambiente educativo satisfatório e contribuições para o desenvolvimento da proposta como um todo. A constatação de que a abordagem da “ComVivência Pedagógica” aporta relevantes recursos aos educadores ambientais nos inspira a dar continuidade ao seu desenvolvimento, no sentido de consolidar suas possibilidades metodológicas e contribuir com uma formação que potencialize intervenções educativas não funcionais à lógica vigente de dominação e exploração humana e da Natureza. As intencionalidades contidas na abordagem formativa da “ComVivência Pedagógica” são direcionadas à viabilização de uma educação transformadora das relações em sociedade e desta com a Natureza. É uma proposta integrativa e, num sentido qualitativo, um convite à conexão, reflexão, indignação e transformação em processos formativos de educadores ambientais.