Caminhos para uma Sociologia pós-colonial no Brasil: pressupostos e pistas para um diálogo decolonial com Sérgio Buarque de Holanda, a partir da releitura crítica de “Raízes do Brasil”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Thobias, Thiago de Oliveira lattes
Orientador(a): Perruso, Marco Antonio lattes
Banca de defesa: Perruso, Marco Antonio, Vieira, Flávia Braga, Icasuriaga, Gabriela Maria Lema
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11501
Resumo: O presente trabalho apresenta pressupostos e pistas para um diálogo decolonial com Sérgio Buarque de Holanda, à partir da releitura crítica, desde uma perspectiva pós-colonial, de sua consagradíssima obra Raízes do Brasil. Trata-se de uma pesquisa teórica, bibliográfica, articulando teoria social, pensamento social brasileiro e pensamento pós-colonial, com aproximações estratégicas possíveis e distanciamentos táticos necessários. A partir da construção de um quadro teórico com o percurso de construção do movimento pós-colonial, apresento a definição do pós-colonialismo e assumo Aimé Cesaire, Frantz Fanon e Albert Memmi como tríade de pais fundadores. Utilizei, como fontes de pesquisa e interlocução, o clássico, alguns de seus comentadores, autores do pensamento pós-colonial e autores contemporâneos em teoria e pensamento social. Sérgio Buarque, ao escrever o texto na forma de ensaio, nos ofereceu uma obra aberta que convida para o diálogo e reflexão sobre o Brasil – sobre os indivíduos, sobre suas sociabilidades e sobre nossa sociedade. Essa abertura para o diálogo e reflexão foi o que permitiu a releitura crítica pós-colonial, viabilizando a problematização da obra em sua dimensão de sociologia dos processos colonizadores e de história da colonização portuguesa no Brasil. Afasto-me das leituras weberianas dos comentadores, demasiadamente vinculadas à lógica eurocêntrica, mas não julgo e nem sentencio Sérgio Buarque como pós-colonial. A questão central é como Raízes de Brasil dialoga com a discussão de colonialidade tão presente no pensamento pós-colonial dos dias atuais. A hipótese é de que inovações teóricas e conceituais emergem da releitura crítica da obra – de uma perspectiva não-weberiana –, fundamentais para a renovação e ampliação do campo sociológico. Por fim, a relevância desse pequeno esforço teórico está em apontar elementos para esse diálogo e indicar possíveis caminhos para a sistematização de uma Sociologia Pós-colonial, não-eurocêntrica, no Brasil.