Um olhar oblíquo: as representações do feminino no texto literário machadiano (1876-1881)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Izabel Cristine Silva dos lattes
Orientador(a): Gandelman, Luciana Mendes lattes
Banca de defesa: Gandelman, Luciana Mendes, Ferreira, Arcângelo da Silva, Gonçalves, Margareth de Almeida
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13951
Resumo: Entre os anos de 1876 a 1881 Machado de Assis publicou os romances Helena e Memórias póstumas de Brás Cubas, de maneira fragmentada nos periódicos de sua época. Sendo o primeiro em O Globo: Orgão dos interesses do commercio, da lavoura e da indústria, e o segundo na na Revista Brazileira, a partir de 1880. Nesta dissertação, buscamos evidenciar as representações de femininos através das personagens machadianas, articulando com as problemáticas da época enquanto condicionantes que atravessaram a sua arte literária e, portanto, o Olhar Oblíquo sob o qual as mulheres estavam submetidas no Rio de Janeiro do pós-independência e segunda metade do século XIX. Destacamos em nossa análise a reflexão sobre a literatura enquanto fonte fecunda que se articula com a sociedade, uma vez que o indivíduo (autor) está inserido nela. Com isso, fazemos uso da perspectiva dialógica para compreendermos a própria constituição dos romances da época de Machado, afim de percebermos como nosso autor se posiciona e onde se diferencia daqueles de seu tempo. Tendo em vista a forma como a sociedade se movimentava, as questões presentes, e os processos nos quais circunstanciavam a existência dos femininos na formação de identidade nacional do Brasil e seus ideais de modernidade, torna-se impossível não identificarmos nas mulheres de Machado de Assis a astúcia enquanto estratégia de existência em uma sociedade que lhes condicionava às boas normas de conduta. É desta perspectiva que nosso trabalho parte, compreendendo que nos romances machadianos a dissimulação é um aspecto de caráter humano, e que na medida do possível, é também uma estratégia muito bem utilizada pelas mulheres, não sendo elas só “os mais puros rostos”.