A nova pedagogia da hegemonia evangélica e o projeto bolsonarista de fascistização: a interface nas políticas de militarização das escolas e de educação domiciliar (2019-2022)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18210 |
Resumo: | A tese é resultado de uma pesquisa sobre o protagonismo de igrejas e aparelhos privados de hegemonia evangélicos, bem como a atuação de seus intelectuais orgânicos, no contexto do processo que caracterizamos como a escalada do fascismo no Brasil, decorrente do projeto bolsonarista de fascistização, considerando suas determinações históricas, por sua vez indissociáveis do aprofundamento da crise orgânica do capital e do adensamento e ascensão de uma frente de ação ideológica liberal-ultraconservadora no país. A partir do embasamento no arcabouço teórico marxista de Antônio Gramsci, ancorada na concepção de Estado ampliado (integral) como ferramenta teórico- metodológica, a pesquisa buscou identificar e analisar as estratégias para educar para o consenso através da caracterização da nova pedagogia da hegemonia evangélica, bem como sua relação com o bolsonarismo e as disputas que envolveram as políticas educacionais circunscritas pela ideologia escola sem partido, por sua vez articuladas às renovadas estratégias coercitivas intrínsecas à autocracia burguesa no capitalismo dependente e periférico. O recorte temporal específico estabelecido foi o período do governo do presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), estando o foco voltado para a análise da atuação do segmento evangélico através do Ministério da Educação (MEC) e da Frente Parlamentar Evangélica (FPE). O estudo identificou duas predominâncias na atuação do segmento, referentes às políticas educacionais: a) a disputa pela modelagem do comportamento de estudantes, docentes e responsáveis legais, através da política de militarização das escolas, articulada, a um só tempo, às competências socioemocionais estabelecidas por organismos multilaterais do grande capital e aos elementos fascistizantes do receituário bolsonarista; e b) a disputa pelo sentido e pela função da instituição social família, através da defesa da Educação Domiciliar, articulada a outras estratégias de caráter fundamentalista cristão, ultraconservador e reacionário, voltadas para a restauração do sentido e para a refuncionalização da família. Concluímos que as articulações voltadas para essas políticas, que contaram com o adensamento e a mobilização de aparelhos privados de hegemonia evangélicos, no conjunto da atuação da frente liberal-ultraconservadora, caracterizaram a interface da nova pedagogia da hegemonia evangélica com o projeto bolsonarista de fascistização, representando, assim, o alinhamento dos intelectuais e aparelhos hegemônicos dirigentes do segmento evangélico ao bolsonarismo, que foram constituídos e ao mesmo tempo constituíram, no período analisado, o processo de fascistização no Brasil. |