“Se alguém não quiser trabalhar, também não coma”: entre a religião e a política - uma análise das posições da frente parlamentar evangélica da câmara dos deputados na reforma trabalhista de 2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bezerra, Maria Isabel Gonçalves lattes
Orientador(a): Arbia, Alexandre Aranha lattes
Banca de defesa: Cunha, Elcemir Paço lattes, Assunção, Vânia Noeli Ferreira de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Serviço Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17856
Resumo: O presente trabalho tem por objeto o fenômeno ideológico da religião em sua articulação com a política em uma situação histórica determinada. Com o objetivo de analisar as posições ideológicas dos parlamentares vinculados à Frente Parlamentar Evangélica na Reforma Trabalhista em 2017, a pesquisa pretende evidenciar como tais sujeitos, identificados a partir da religião, compreendem e se posicionam com relação às alterações na legislação do trabalho, numa pauta econômica que difere daquelas em que geralmente se destacam a postura religiosa moralista. Parte-se da compreensão da religião e da política enquanto formas de ideologia, orientações ideais pelas quais os homens entendem a realidade e respondem a ela, interferindo e regulando os conflitos dados no cotidiano. A pesquisa analisou os produtos ideológicos que a camada religiosa da política institucional brasileira construiu no contexto de alterações profundas nas leis trabalhistas; com aporte na Teoria Social e procedimentos metodológicos baseados na pesquisa bibliográfica e análise documental das notas taquigráficas da comissão especial e da votação em plenário da referida Reforma, disponíveis no site da Câmara dos Deputados. Nos resultados, observa-se que os deputados da Frente se posicionam reforçando os traços conservadores também no campo da política e da economia, pautando sua atuação ideológica sobre as bases da particularidade brasileira marcada pelo capitalismo atrófico e pela lógica de intensa exploração e ataque aos direitos do trabalho.