O uso de ter e haver existenciais na escrita dos alunos do Projeto Aceleração 8: do diagnóstico à intervenção pedagógica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Igor Martins dos lattes
Orientador(a): Freire, Gilson Costa lattes
Banca de defesa: Freire, Gilson Costa, Lima, Ricardo Joseh, Santos, Ângela Marina Bravin dos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15451
Resumo: Baseada nas contribuições da Sociolinguística Variacionista ao ensino, em especial a teoria dos contínuos de variação linguística (cf. BORTONI-RICARDO, 2004), esta pesquisa desenvolve uma mediação pedagógica para o trabalho com o uso de <ter> e <haver> existenciais numa turma do Projeto Acelera do Ensino Fundamental, por meio de atividades de produção de textos de diferentes gêneros, distribuídos num contínuo de oralidadeletramento. Dois foram os objetivos traçados: (a) mapear as ocorrências de <ter> e <haver> nos textos dos alunos ao longo da mediação pedagógica, descrevendo o seu comportamento linguístico em cada gênero trabalhado; (b) levar esses mesmos alunos ao emprego consciente das duas variantes nos diferentes gêneros textuais, de acordo com o contínuo de oralidadeletramento. Para compor o contínuo, foram selecionados os seguintes gêneros: HQ (histórias em quadrinhos), memorial e reportagem. De modo geral, os resultados mostram que os alunos conseguiram manifestar o uso das variantes de acordo com o praticado pelo brasileiro letrado em cada ponto do contínuo: nos textos situados no polo de [+ oralidade], houve emprego predominante de <ter>; nos do ponto intermediário, apareceram as duas variantes; nos do polo de [+ letramento], prevaleceu o uso de <haver>, conforme a prescrição das gramáticas normativas para os textos que representam eventos de comunicação mediados pela escrita. Tais resultados, por um lado, corroboram o que as pesquisas sociolinguísticas descrevem sobre o emprego de <ter> e <haver> existenciais no Português Brasileiro (cf. AVELAR, 2006); por outro, revelam como a escolarização é determinante para a aprendizagem de estruturas típicas da variedade de prestígio, como a variante <haver> (cf. VITÓRIO, 2008), requeridas pela sociedade letrada em determinados contextos de uso da língua