Construções pronominais e verbos existenciais: comparação da escrita de alunos bolivianos e descendentes de primeira geração com a de alunos brasileiros sem nenhuma ascendência hispânica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Robim, Renie
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-02022018-112004/
Resumo: Esta dissertação incorpora e aproveita, em uma modalidade descritiva, os resultados de estudos comparados entre o espanhol e o português brasileiro realizados a partir de diversos referenciais teóricos que têm em comum focalizarem o funcionamento das línguas. Nossa pesquisa se fundamenta em estudos específicos sobre cada uma das duas línguas, geralmente de base gerativa e/ou funcionalista, mas que consideraremos apenas no seu aspecto descritivo, sem vincular nossa investigação a nenhum desses modelos explicativos. Para contextualizar a situação de contato e para definir metodologias e procedimentos, usaremos o referencial dos estudos da sociolinguística. Nossa pesquisa apresenta um estudo comparativo de produções textuais escritas por alunos bolivianos ou descendentes de primeira geração e por alunos brasileiros sem nenhuma ascendência hispânica. Trabalhamos com duas amostras: a primeira, de caráter provisório, contou com a participação de 40 informantes que produziram 40 textos. A segunda, de caráter definitivo, contou com a participação de 100 informantes que produziram 200 textos. Todos os alunos são estudantes da rede pública municipal de São Paulo e estão matriculados no ensino fundamental II ou médio. A pergunta da pesquisa buscou responder à seguinte indagação: em torno de quais construções que se encontram em variação no português brasileiro podemos localizar tendências que diferenciem, na escrita, os estudantes bolivianos ou filhos de bolivianos dos estudantes brasileiros que não têm contato com o espanhol no seu entorno familiar? Nas análises que realizamos aparecem como produtivas as construções pronominais em que o clítico não é objeto direto e nem indireto. Dentro dessas construções, duas modalidades apresentaram disparidades entre os dois grupos: (i) a diferença quantitativa na aparição do clítico se; e (ii) a diferença de frequência nas ocorrências para 4 verbos em seus usos pronominais, lembrar-se, perder-se, recordar-se e sentir-se. Indagamos também pelos usos dos verbos ter e haver com valor existencial, porém não encontramos diferenças significativas nas produções textuais dos dois grupos.