Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Maran, Naiara Barroso
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Orientador(a): |
Brito, Marilene de Farias
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Banca de defesa: |
Tokarnia, Carlos Hubinger,
Almeida, Elan Cardozo Paes de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14265
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Resumo: |
Metternichia princeps var. princeps é uma árvore de crescimento arbustivo, da família Solanaceae, endêmica da Mata Atlântica cuja ocorrência está registrada desde o estado do Rio de Janeiro até a Bahia. É conhecida popularmente com o nome de “café do mato” e “trombeteira”. Recentemente, verificou-se a ocorrência natural de intoxicação por M. princeps em caprinos, que desenvolveram doença renal. Folhas de M. princeps foram coletadas no município de Itaguaí, Rio de Janeiro, local onde foi diagnosticado o primeiro caso natural da intoxicação em caprinos. Neste estudo, as folhas de M. princeps dessecadas administradas por via intragástrica através de sonda, causou a morte de 7 de 9 coelhos nas doses a partir de 0,125g/kg a 0,25g/kg. Os dois coelhos que adoeceram mas sobreviveram às doses de 0,0625 e de 0,125g/kg, receberam uma dose letal da planta dois meses mais tarde, morreram, indicando que não houve desenvolvimento de tolerância à toxidez da planta. A planta dessecada administrada seis meses após a coleta, só causou a morte do coelho que recebeu a dose de 1,0g/kg, demonstrando que a planta armazenada perdeu em toxidez. Os brotos frescos causaram a morte de três dos seis coelhos, nas doses de 1,55g/kg a 3,0g/kg. As folhas maduras frescas causaram a morte de um dos quatro coelhos, na dose de 2,0g/kg, o que sugere que não haja diferenças na toxidez entre a brotação e as folhas maduras. As folhas dessecadas causaram a morte dos coelhos em doses menores que as folhas frescas, que talvez possa ser explicado pelo modo de administração da planta, no caso das folhas dessecadas em poucos minutos, no caso das folhas frescas as doses eram ingeridas durante um a dois dias, o que influenciaria a rapidez da absorção do princípio tóxico da planta. Tanto com administrações de folhas dessecadas como de folhas frescas maduras e brotos, predominaram no quadro clinicopatológico, alterações relativas ao coração e ao fígado. Os coelhos tornaram-se apáticos, com mucosas pálidas a cianóticas, orelhas frias até que subitamente se debatiam fortemente na gaiola, faziam movimentos de pedalagem, vocalizavam, apresentavam acentuada dispnéia e morriam. À necropsia, o fígado apresentava-se bastante pálido e com evidenciação da lobulação hepática; os demais órgãos encontravam-se congestos e a vascularização ingurgitada. À histopatologia, as lesões mais relevantes caracterizaram-se por tumefação difusa do citoplasma dos hepatócitos com focos de necrose incipiente e severa congestão centrolobular; no coração havia pequenos grupos de fibras cardíacas com aumento de eosinofilia, picnose e vacuolização. Baseado nesses achados, conclui-se que o coelho é sensível à M. princeps e que o princípio tóxico responsável pelo quadro clinicopatológico da intoxicação por M. princeps nos caprinos, em que predominam alterações renais talvez não seja o mesmo princípio responsável pela intoxicação dos coelhos, em que predominam alterações cardíacas e hepáticas ou o coelho reage de maneira diferente do caprino. |