Avaliações morfoanatômicas e fisiológicas em Joannesia princeps Vell. (Euphorbiaceae) exposta ao ozônio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Michel Filiphy Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29002
Resumo: O Ozônio (O 3 ) é um poluente atmosférico altamente oxidante que pode causar danos à saúde de animais e plantas. No Brasil, é comum encontrar esse gás, em altas concentrações, em épocas com alta irradiância devido à sua formação fotoquímica. Em plantas, o O 3 é absorvido via complexo estomático e causa vários danos bioquímicos, fisiológicos e anatômicos, que resultam em pontos necróticos visíveis na folha. Os efeitos do O 3 são bem conhecidos, principalmente na Europa e América do Norte, mas faltam registros relacionados ao impacto desse poluente em ambientes tropicais. Nesse sentido, Joannesia princeps Vell. (Euphorbiaceae) é um excelente modelo de estudo, visto que é comum em Mata Atlântica e apresenta sensibilidade a outros poluentes atmosféricos. O objetivo desse trabalho foi avaliar as alterações morfoanatômicas e fisiológicas em folhas e glândulas peciolares de J. princeps, em resposta à exposição ao O 3 . Sementes de J. princeps foram obtidas e cultivadas em casa de vegetação. No estádio de plântulas, foram expostas ao O 3 em ambiente controlado com sistema de fumigação. Sintomas foliares visíveis foram avaliados, destacando o índice de injúria foliar. Teores de clorofila a, clorofila b e carotenoides foram determinados e avaliadas as atividades das enzimas catalase (CAT), peroxidases (POX) e peroxidase do ascorbato (APX). Posteriormente, foram realizadas análises histoquímicas e anatômicas em microscopia de luz e eletrônica de varredura em folíolos e glândulas peciolares do ápice e da base. As plantas apresentaram sintomas visuais característicos de estresse por ozônio como pontuações escuras intervenhais e índice de injúria foliar de 16%. Não foram observadas diferenças estatísticas nos teores de pigmentos e nas enzimas avaliadas nas folhas. Os sintomas visuais característicos encontrados nas folhas foram: compostos fenólicos no parênquima paliçádico, lacunoso e epiderme; necroses no parênquima paliçádico, protusões pécticas e retração de protoplastos. Não foram observados sintomas visuais e anatômicos de injúria nas glândulas peciolares por microscopia de luz. Histoquimicamente, observou-se maior quantidade de proteínas e carboidratos nas glândulas das plantas fumigadas e menor quantidade nas folhas. Emvii microscopia eletrônica de varrredura, observou-se a degradação superficial das ceras epicuticulares, da crista estomática, da cutícula das células epidérmicas da face abaxial da folha e poucos estômatos não funcionais. As glândulas peciolares de J. princeps apresentaram diferença em relação ao desenvolvimento nas folhas jovens. Verificou-se rompimento das células da epiderme secretora após destacamento da cutícula para liberação da secreção. Os dados mostraram que J. princeps apresenta sintomas visuais e anatômicos característicos de estresse por ozônio, porém, tem baixo índice de injuria foliar visível.