Efeitos da poluição atmosférica de Ipatinga - MG sobre Joannesia princeps VELL. (Euphorbiaceae) com ênfase nos nectários extraflorais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Daniel Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8427
Resumo: A cidade de Ipatinga, Minas Gerais possui uma indústria siderúrgica e uma grande frota circulante de veículos que aumenta a emissão de poluentes atmosféricos, que constituem fatores de risco à saúde humana, além de comprometem a qualidade da vegetação. Objetivou-se avaliar a composição da atmosfera na cidade de Ipatinga, bem como os efeitos anatômicos e histoquímicos nos nectários extraflorais (NEFs) de Joannesia princeps VELL. (Euphorbiaceae), os teores de macro, micronutriente e metais pesados em folhas, determinar os níveis de deposição particulada sobre as folhas e avaliar a cor verde das folhas de plantas expostas à campo utilizando o SPAD. Mudas de J. princeps foram dispostas em estantes de exposição colocadas dentro da área cercada de cada estação da Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar e Meteorologia (RAMQAM) de Ipatinga, nos bairros Bom Retiro, Cariru, Cidade Nobre e Veneza e uma estante de referência foi montada no Parque Estadual do Rio Doce (PERD). O experimento teve duração de 126 dias. Foi coletado o material particulado depositado nas folhas e a sintomatologia foi avaliada mensalmente. Para a análise anatômica e histoquímica, foram coletados NEFs do primeiro ao quarto nó da base e ápice peciolar. Foram realizados os seguintes testes histoquímicos: Reação com ácido periódico - reagente de Schiff (PAS), Xilidine Ponceau, Sudan Black B e Cloreto Férrico. Foi procedida a quantificação de macro, micronutrientes e metais pesados na matéria seca de folhas coletadas ao fim do período de exposição. O índice SPAD foi determinado em folhas marcadas. O mês com a maior temperatura e precipitação pluviométrica foi fevereiro e as maiores médias de temperatura, foram registradas nos bairros Cidade Nobre e Veneza. Ventos vindos de norte nordeste (NNE) e nordeste (NE) predominaram em todos os bairros. No bairro Bom Retiro, observou-se as maiores médias mensais, horárias e ocorrência de registros de níveis de ozônio acima do ideal para a vegetação. Nesse bairro, foi registrado as maiores concentrações de precursores nitrogenados e sulfurados de ozônio. Quanto aos poluentes hidrocarbonetos, percebeu- se que as maiores médias de concentração da maioria desses poluentes foram encontrados nos bairros Cidade Nobre e Veneza. As plantas expostas no bairro Cariru, receberam maior deposição particulada e no bairro Cidade Nobre e PERD, a deposição foliar de particulado foi menor. No bairro Cariru, foram observadas mais lesões foliares e no PERD, menos lesões foliares em plantas de J. princeps. Quanto aos danos anatômicos nos NEFs, observou-se necroses nos tecidos, formação de tecido de cicatrização e hiperplasia de células. Nos NEFs de plantas expostas na cidade de Ipatinga, os danos superficiais foram mais intensos. Já no PERD, os NEFs apresentaram aspecto sadio. Em plantas expostas no bairro Cariru, observou-se que células do parênquima nectarífero dos NEFs reagiram negativamente ao teste com XP e para o teste com Sudan Black B, as células do parênquima nectarífero e epiderme secretora apresentaram colorações tênues. Altos teores de cromo e alumínio foram observados em folhas de plantas expostas na cidade de Ipatinga. Conclui-se que a vegetação na cidade de Ipatinga é impactada pela poluição atmosférica da indústria siderúrgica, pelo aterro sanitário do Vale do Aço, pela fábrica de celulose de Belo Oriente e pelo tráfego de veículos local. No PERD, a vegetação nativa sofre menos impactos relacionados à poluição atmosférica. A espécie J. princeps pode ser utilizada como bioindicadora e biomonitora de ambientes poluídos e sugerem-se mais estudos abrangendo períodos maiores de tempo para se avaliar o comportamento da espécie durante a variação sazonal de poluentes na atmosfera de Ipatinga.