Avaliação da eficácia de aditivo anti-micotoxina através de análise morfométrica e histopatológica do trato reprodutivo de leitoas e de leitões pré-púberes experimentalmente intoxicados por zearalenona

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Leitão, Danielle Fabião Gomes Moreira
Orientador(a): Rosa, Carlos Alberto da Rocha
Banca de defesa: Rosa, Carlos Alberto da Rocha, Keller, Kelly Moura, Aronovich, Marcos, Cantarelli, Vinícius de Souza, Carvalho, Eulógio Carlos de Queiroz
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9596
Resumo: A zearalenona (ZEA) é uma micotoxina que causa uma série de problemas de ordem reprodutiva, estando relacionada ao hiperestrogenismo em leitoas. Medidas preventivas que impeçam o crescimento fúngico nem sempre são eficientes, sendo necessário o uso de aditivos anti-micotoxinas (AAM), que são produtos adicionados à ração, capazes de adsorver, biotransformar ou neutralizar as micotoxinas, impedindo o desenvolvimento da micotoxicose. A parede celular de Saccharomyces cerevisiae virou foco de inúmeros estudos, sendo utilizada como AAM, pois possui alta capacidade de ligação, e de adsorção às micotoxinas. Tendo em vista tais considerações, o objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos da zearalenona sobre parâmetros bioquímicos séricos, e parâmetros histopatológicos e morfométricos do trato reprodutivo de leitoas e leitões pré-púberes intoxicadas experimentalmente com diferentes doses desta micotoxina e assim, avaliar a eficácia do aditivo anti-micotoxina à base de parede celular de leveduras na prevenção da micotoxicose. O período experimental foi de 21 dias. Foram utilizados oito leitões pré-púberes, cujas dietas apresentaram quatro níveis de inclusão de ZEA (0,0; 0,25; 0,6 e 2,0 mg Kg -1 ou ppm). Foram realizadas análises morfométricas de comprimento e largura dos testículos. E ainda, foram realizadas mensurações histológicas nos testículos, e avaliações histopatológicas do: testículo direito e esquerdo, epidídimo direito e esquerdo (cabeça, corpo e cauda), ducto deferente direito e esquerdo, próstata, glândula bulbouretral e vesícula seminal, e análise da bioquímica sérica. Foram também utilizadas 48 leitoas pré-púberes, cujas dietas apresentaram dois níveis de inclusão de aditivo anti-micotoxina (AAM) (0,0 e 0,2%) e três níveis de inclusão de ZEA (0,25; 0,6 e 2,0 mg Kg -1 ou ppm), sendo realizadas análises histomorfométricas da vagina proximal e distal, útero proximal, médio e distal, ovário direito e esquerdo e análises histopatológicas do fígado, rins e dos órgãos citados anteriormente, além de análise da bioquímica sérica. A inclusão de ZEA na dieta das leitoas interferiu nos índices normais da bioquímica sérica, como também provocou alterações histológicas dose dependentes nas duas porções da vagina e nas três porções uterinas, fígado e rins. Nos ovários também foram observadas alterações dose dependentes, ocorreu aumento no número de folículos atrésicos, sendo que em leitoas que consumiram 2 ppm de ZEA foi observado escasso desenvolvimento folicular e abundante estroma de tecido conjuntivo. Com relação a histomorfometria, o efeito hiperestrogênico dose dependente foi pronunciado na vagina proximal, o mesmo não ocorreu nas três porções uterinas. A ZEA não interferiu na histomorfometria dos folículos ovarianos não atrésicos. Não houveram alterações significativas na histomorfometria e na morfometria dos testículos dos leitões pré-púberes. Já na avaliação histopatológica dos órgãos reprodutores e glândulas acessórias dos leitões houve principalmente hiperemia dos vasos e infiltrado inflamatório nos animais que consumiram ZEA nas suas diferentes concentrações. A adição do AAM em questão nas dietas das leitoas contendo ZEA demonstrou ser uma alternativa para redução dos efeitos tóxicos desta micotoxina. As inclusões crescentes de ZEA na dieta de leitões pré-púberes não alteraram a morfométria e histomorfométria dos testículos. No entanto, causa alterações inespecíficas na estrutura histológica de órgãos do sistema reprodutor e glândulas acessórias. Mais trabalhos sobre este tema são necessários para definir claramente o papel da ZEA sobre histologia dos órgãos reprodutivos de machos suínos.