A palavra do habitante e as possibilidades de apropriação do habitat em locação social: o programa de locação social da prefeitura municipal de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Andrade, Sarah de Andrade e
Orientador(a): Borges, Amadja Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22562
Resumo: A pesquisa aqui desenvolvida, trata das possibilidades de apropriação do habitat concebido pelo Programa de Locação Social (PLS), implementado no âmbito da Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP), por seus habitantes. Orientada pelo referencial teórico-metodológico do filósofo e sociólogo francês Henri Lefebvre (1958; 1970; 1974; 2002; 2001, 2008; 2013) e pela aplicação do método de análise do discurso desenvolvido pelos pesquisadores do Instituto [francês] de Sociologia Urbana (ISU), investiga a relação entre a “palavra do habitante” (RAYMOND, 2001; HAUMONT, 2001, RAYMOND et. al, 2001) e a apropriação da locação social em São Paulo. O método aqui relido e aplicado faz uso de entrevistas abertas/não estruturadas – complementadas por nossa observação in loco e registro fotográfico - para a apreensão do espaço percebido pelos habitantes do referido programa, entendendo que esta ferramenta coloca em posição de centralidade e dá voz ao agente principal da pesquisa: o habitante. Assim, o recorte espacial de nosso campo empírico abrange quatro dos seis empreendimentos viabilizados pelo mesmo entre 2002 e 2015, sendo eles a Vila dos Idosos, o Residencial Olarias, o Edifício Senador Feijó e o Palacete dos Artistas. A utilização de uma abordagem qualitativa e, especificamente, a aplicação do método palavra do habitante possibilitou a formulação de diversas conclusões que extrapolam a hipótese inicialmente formulada de que a reafirmação do valor da propriedade privada pelas políticas habitacionais brasileiras, fragilizaria as possibilidades de apropriação do habitat de locação social. Essa questão se coloca como um dos entraves à apropriação do habitat fundamentado no aluguel e, do ponto de vista qualitativo e quantitativo, também estão presentes no discurso dos habitantes, os conflitos resultantes da descontinuidade no acompanhamento sócioeducativo aos beneficiários do Programa e seu abandono pelas gestões que se sucedem na PMSP entre 2005 e 2013. Por outro lado, nos empreendimentos onde as famílias e indíviduos estão engajados em movimentos sociais de luta por moradia e estes atuam como uma ponte entre os habitantes e os órgãos públicos de gestão dos empreendimentos, se evidenciam as possibilidades de superação dos conflitos e condução à apropriação do habitat. Ao longo dos caminhos aqui trilhados, descortinamos também a apropriação dos idosos pelo habitat em locação social, que não compartilham do sonho da casa própria.