Do habitat ao habitar poiético: participação, apropriação e utopia em Henri Lefebvre 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nakahara, Carolina Akemi Martins Morita
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-10012022-130103/
Resumo: Esta pesquisa de doutorado tem como objetivo compreender os sentidos do habitar poiético no filósofo Henri Lefebvre, por meio da análise das possibilidades e dimensões da participação e da apropriação no âmbito da arquitetura. Busca-se, assim, um possível diálogo com propostas arquitetônicas contemporâneas que coloquem a participação como eixo projetual, metodológico e criativo, em suas diversas nuances. Partimos da constatação de que a participação tem sido utilizada, atualmente, de maneira instrumental e institucionalizada, o que revela um logos, uma linguagem e racionalidade ainda patentes. No entanto, pretendemos mostrar que, enquanto tratamos da participação de maneira utilitária, em essência, não há participação. Assim, a tese parte da hipótese de que a análise do habitar poiético lefebvriano, confrontada tanto com o habitat quanto com propostas participativas, indica a necessidade de uma negação dialética de representações ainda vigentes no pensamento crítico arquitetônico. Isto é, atesta que o atual uso conceitual e prático da participação apresenta contradições internas, inerentes a uma lógica e ao âmbito das representações, ainda insuperadas e que precisam ser negadas dialeticamente sobretudo as relacionadas ao conceito de propriedade privada, mas também ao de direito, utilidade, individualidade, finalidade, função e dever. Suas conclusões sugerem que a saída para diversas aporias elencadas deva ser buscada pela poiesis. Assim, indicam uma irrupção do valor de uso em detrimento do valor de troca, como também do imaginário, da fruição, do lúdico, do resto, do irracional. Enfim, do outro, como uma negatividade em relação a uma racionalidade que ainda vigora nas dinâmicas do habitat contemporâneo.