Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Dourado, Maria Kérsia da Silva |
Orientador(a): |
Muniz, Cellina Rodrigues |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46787
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Resumo: |
A acessibilidade para pessoas surdas envolve, para além dos aspectos profissionais e legislativos, o humor, importante ferramenta de difusão cultural. Nesse sentido, os memes desempenham papel particular, ao retratarem, por exemplo, a atuação do profissional Intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Tendo em vista a produção e circulação nas redes sociais desse artefato cultural dotado de relevância, intentamos investigar essas imagens produzidas na e pela comunidade surda. Neste trabalho, a partir do viés metodológico da Análise do Discurso, analisamos quais efeitos de sentido emergem da leitura analítica dos memes disseminados sobre a e pela comunidade surda. Especificamente, propomos i) identificar os possíveis efeitos de sentido em registros imagéticos; ii) depreender posicionamentos em memes imagéticos, ao serem confrontadas cenas enunciativas das culturas surda e não surda; iii) analisar as representações identitárias e culturais a partir da constituição de determinados ethé para surdos e ouvintes. Para essa análise, respaldamo-nos nas contribuições teóricas de Maingueneau (2008a, 2012, 2016b) para entender como esses memes sobre a e pela comunidade surda se constituem no embate entre diferentes posicionamentos. Fazem parte deste estudo a expressão de memes como fenômeno de linguagem e como exercício de poder em práticas de comunidade discursiva (BAKHTIN, 2002, 2010, 2016; GUERRA e BOTTA 2018; FOUCAULT, [1970] 2014, 1979, 1986, 2018; FELIPE, 2011; MAINGUENEAU, 2008, 2012; WIGGINS, 2019). Trabalhamos, ainda, conceitos dentro da área dos Estudos Surdos e Culturais (CANCLINI, 2009; HALL, 2002; 1997; QUADROS, KARNOPP, 2004; PERLIN, MIRANDA, 2003; PERLIN, 2016; SÁ, 2006; SKLIAR, 2016; STROBEL, 2009; TESKE, 2016, WOODWARD, 2000), devido a nosso interesse pela constituição cultural e identitária das comunidades surdas e pelas representações hegemônicas sobre a pessoa surda e a língua de sinais. As análises desta pesquisa indicam que os memes (1) não apenas entretêm usuários da internet, mas também herdam uma prática que é reconhecida e mantida na rede pela comunidade; (2) incorporam os ethé que, encenados, apontam para determinados posicionamentos (desqualificantes ou de pertencimento da/à comunidade surda); (3) (re)constroem as relações de poder pelos exercícios de seus posicionamentos; (4) apontam para representações identitárias e culturais a partir da demarcação da diferença. |