O ethos no discurso literário: a imagem do louco em "Crônica da banalidade", de Carlos de Souza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ramalho, Karina Dantas Villar
Orientador(a): Muniz, Cellina Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22846
Resumo: “Crônica da Banalidade” é um romance do escritor norte-rio-grandense Carlos de Souza, publicado em 1988, que aborda o tema da loucura, assim como outros romances o fizeram naquele período (Recomendações a todos, de Alex Nascimento e “Dotô, casa comigo?, um romance esquizoide” de Ruben G. Nunes). Neste estudo, analisamos a construção do ethos de louco na obra de Carlos de Souza. Com base nos recursos linguísticos, operados em Crônica da Banalidade, bem como as cenas enunciativas, temos como objetivos: descrever as representações/imagens do narrador-personagem no romance e explicar como as cenografias que constituem a obra literária sustentam a imagem do louco. O corpus desta pesquisa é constituído por 10 (dez) cenas, cuja escolha se deu a partir de dois critérios: o primeiro, pela construção gradativa do sujeito que vai apresentando sintomas da loucura até seu internamento no hospício; o segundo, escolhemos as cenas nas quais observamos os procedimentos de exclusão e segregação do “louco”. Para tanto, nos ancoramos nas categorias “ethos” e “cenas enunciativas” de MAINGUENEAU (2008, 2010, 2012) e nos “procedimentos de exclusão” FOUCAULT (1971, 2012). No percurso da pesquisa, interpretamos que as cenas enunciativas nos revelam o ethos de louco do protagonista, amparada em representações estereotipadas, manifestadas nos traços da incoerência, da autoexclusão, alienação mental, confinamento e alcoolismo. Apresentamos como a imagem do narrador-personagem “louco” se assenta na oposição loucura versus razão, reproduzindo o procedimento de segregação, típico das sociedades disciplinares. Consideramos este trabalho relevante para a consolidação de pesquisas em Análise do Discurso (AD), especialmente por trabalhar na interface entre a Linguística Aplicada e a Literatura, tendo em vista que o objeto teórico não é a língua, mas o discurso, sendo este último um lugar que articula língua, visões de mundo e subjetividade.