Influência da reativação rúptil de zonas de cisalhamento continentais e da Zona de Fratura Romanche na evolução da Margem Equatorial do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tavares, Aline Cristine
Orientador(a): Castro, David Lopes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47216
Resumo: A separação entre os continentes sul-americano e africano, no Cretáceo Inferior, foi fortemente condicionada pela trama estrutural pré-cambriana de blocos crustais amalgamados ao longo de extensas zonas cisalhamento dúcteis originadas durante a Orogenia Brasiliana (720-540 Ma). Esta tese investiga o papel tectônico da reativação rúptil de zonas de cisalhamento Pré-Cambrianas (especialmente o Lineamento Transbrasiliano) e da Zona de Fratura Romanche (ZFR) na formação da parte central da Margem Equatorial Brasileira. Para tanto, dados gravimétricos, magnéticos, de elevação, sísmicos e de poços foram compilados, processados e integrados. As reativações rúpteis dessas zonas de cisalhamento em escala continental ocorreram principalmente onde havia alto contraste mecânico entre terrenos Pré-Cambrianos, compartimentando as margens continentais dos dois lados do Atlântico Equatorial. Por sua vez, a ZFR divide este setor da Margem Equatorial em um segmento transformante E-W e dois segmentos divergentes adjacentes NWSE. Modelos gravimétricos ao longo de seções sísmicas regionais revelam comportamentos crustais distintos para cada segmento: ao sul da ZFR, uma margem divergente com estiramento crustal de ~90 km; ao longo da ZFR, uma margem transformante com crosta continental pouco estendida (~30 km); e ao norte da ZFR, outro segmento divergente mostra uma crosta continental hiperestendida com até 160 km de extensão na plataforma continental. A Descontinuidade de Moho e a geometria interna das bacias sedimentares foram também modeladas, completando a caracterização litosférica da Margem Equatorial. As bacias ao sul da ZFR são mais espessas daquelas ao norte, porque a ZFR atuou como uma barreira para a deposição de sedimentos continentais nas regiões oceânicas. O limite entre as crostas continental e oceânica foi também proposto, consistente com os encontrados em estudos anteriores. No entanto, ele diverge desses estudos ao norte da ZFR devido à crosta continental hiperestendida aqui descrita. As zonas de cisalhamento se estendem até a ZFR, onde ocorre o limite crustal continente-oceano. As estruturas (falhas e dobras) relacionadas à reativações rúpteis das zonas de cisalhamento são compatíveis com um campo de tensões inicialmente extensional durante a fase rifte até o Aptiano. Este campo de tensões sofreu uma inversão para transcorrente após a fase de ruptura principal, com a direção de compressão máxima variando de vertical para horizontal desde o Aptiano até o Presente.