Turismo, propaganda e patrimônio no Brasil: um encontro à luz de fragmentos da correspondência política de Oswaldo Aranha durante a Era Vargas (1930-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vianna, Andrea de Albuquerque
Orientador(a): Valery, Francoise Dominique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26208
Resumo: Este trabalho, desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica e documental, adotando como metodologia a Análise de Discurso, investiga a relação existente entre Turismo, Propaganda e Patrimônio e o Governo Federal, durante a Era Vargas (1930 a 1945), com o propósito de identificar o uso destas três áreas como ferramentas de suporte político e ideológico para o grupo varguista, então no poder. A partir de cartas selecionadas do arquivo da correspondência política de Oswaldo Aranha, disponíveis na base Access do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - CPDOC -, Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas – FGV, foi traçado um panorama do entrelaçamento da tríade Turismo-Propaganda-Patrimônio com os objetivos políticos de Getúlio Vargas naquele período. Observa-se o desenvolvimento turístico a partir da evolução dos meios de transportes, cuja expansão está ligada à chegada de companhias aéreas estrangeiras no Brasil, destacando-se as presenças alemã e norte-americana. Da propaganda identificam-se os artifícios utilizados para divulgar o Brasil no exterior por meio do apoio a publicações de livros (inglês e espanhol) e revistas (inglês), distribuídos apenas internacionalmente, da participação em eventos internacionais, da organização de exposições de arte, da abertura de agências de informações, agências de turismo e propaganda, agências de comércio do Brasil no exterior. Ainda neste item, observa-se a atuação do Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, no controle da propaganda interna, dos eventos e do turismo. Do patrimônio, percebe-se a busca por uma identidade nacional que pudesse, não apenas ser adotada como a essência dos brasileiros, e por isso mesmo, pudesse uni-los, mas seu uso para atender a públicos e objetivos diversos: internamente, deveria atender aos grupos hegemônicos - as elites -, e à população trabalhadora; externamente deveria despertar o interesse de empresários, investidores, políticos e da própria população estadunidense, apresentando o Brasil como um país cuja história vai além de tribos indígenas, negros, favelas e mocambos. Neste tópico, aborda-se a classificação de Ouro Preto como monumento nacional, a criação do SPHAN e seu propósito de defesa do patrimônio urbanoarquitetônico nacional. A ideia, presente na bibliografia estudada, nas matérias de jornais e revistas, e nas cartas de/para Aranha, era construir uma imagem positiva do Brasil, e seu governante, de maneira a conquistar a confiança internacional, não apenas de seus governantes, mas da população em geral, como forma de obter recursos financeiros e apoio político que garantissem o crescimento econômico do país, e sua segurança.