Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Dantas, Fábio Henrique Almeida |
Orientador(a): |
Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/58189
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Resumo: |
Os imperativos do patriarcado, atravessados pela lógica do capitalismo, constitui-se por atribuir uma série de poderes e privilégios para os homens cisgêneros em detrimento das mulheres e pessoas LGBTI+. Esse sistema ganha novas configurações de acordo com o contexto histórico, social e econômico que se estabelece. É preciso considerar que, em se tratando de pessoas LGBTI+, e especificamente das travestis e transexuais, que subvertem as normas da cisgeneridade, essas relações sejam ainda mais acirradas, sofrendo a expressão mais desumana da “questão social”. Desse modo, em resistência a esse contexto de exploração e opressão, diversas formas de enfrentamento se articulam; dentre elas, os movimentos sociais organizados, que se manifestam como uma refração das contradições do modo de produção capitalista em resposta às desigualdades sociais. Esses coletivos se movimentam para representar os interesses dessas populações, com destaque para o Movimento LGBTI+, que nasce no Brasil no fim da década de 1970, ainda em enfrentamento ao regime autocrático burguês. Atualmente, o ativismo se manifesta de diversos modos, se ampliando para os recônditos do país, descentralizando dos grandes centros urbanos e capitais dos estados e marcam sua trajetória de lutas, construindo agendas com reivindicações diversas relacionadas à cidadania, direitos sociais, políticas públicas e o combate à homotransfobia, heterossexismo e demais modos de opressão e exploração. Portanto, este trabalho pretende analisar o surgimento e atuação do movimento LGBTI+ no Sertão Potiguar sob a perspectiva da resistência e luta das/dos suas/seus fundadoras/es. Esse cenário de pesquisa é marcado por uma região com heranças do coronelismo/clientelismo, pelos estigmas da seca, pobreza e vulnerabilidades sociais. Assim, o trabalho visa analisar, sob uma perspectiva etnográfica, o contexto do surgimento, atuação, e as relações produzidas pelos coletivos nesse tecido social. O delineamento da pesquisa se desenvolveu nas seguintes etapas, a saber: a primeira etapa tratou-se da imersão no cotidiano das produções do movimento organizado para compreender o contexto de surgimento, sua dinâmica de funcionamento, principais pautas, construção de agendas e ações; na segunda etapa, foram realizadas entrevistas sob a ferramenta de história oral temática com as fundadoras do movimento para melhor detalhamento de como essas trajetórias de vida se encontram com a militância nesse território geográfico. Percebeu-se que os coletivos surgiram mediante contexto de onda conservadora e crise sanitária ocasionada pela pandemia e se organizaram, a princípio, com a tentativa de reparar a violência histórica a que foram submetidas as travestis e transexuais, mas puderam avançar de modo significativo no diálogo com o poder público e demais instituições sociais nesse território do Sertão Potiguar. |