Além do arco-íris: tentativa de suicídio entre a população LGBTI+, uma compreensão fenomenológico-hermenêutica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Maria Vanessa Morais da
Orientador(a): Azevedo, Ana Karina Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49472
Resumo: As taxas de suicídio ao redor do mundo se diferenciam a partir de aspectos culturais, regionais e sociodemográficos, bem como a forma que estas mortes são registradas e a extrema subnotificação. Apesar de seus altos índices, o suicídio ainda é visto como tabu, e que para alguns grupos ele é um fenômeno também invisibilizado. A Organização Mundial da Saúde identifica alguns grupos em situação de maior vulnerabilidade para o risco de suicídio. A população LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo) tem sido apontada com maior propensão a ideações e tentativas de suicídio do que seus pares heterossexuais. Esse fato é associado a diferentes fatores como o preconceito, discriminação, violência e estigma social. Esta pesquisa tem como objetivo refletir e compreender a experiência de pessoas LGBTI+ que tentaram suicídio, a partir da perspectiva fenomenológicohermenêutica norteada pela ontologia heideggeriana. Foram entrevistadas duas pessoas que tentaram suicídio, uma mulher lésbica e um homem gay. A análise das entrevistas narrativas se deu pela compreensão e interpretação das experiências dos participantes e as afetações da pesquisadora, tendo como inspiração o círculo hermenêutico heideggeriano. Os resultados deste estudo evidenciam os sentidos de querer morrer para pessoas LGBTI+. Nessa direção, as interpretações das narrativas demonstram vivências de sofrimento, medo, incompreensão, violência, fuga de si mesmo, opressão, uma vida sem lugar, uma existência sem pertencimento e o matar-se como possibilidade de não mais viver neste mundo. Refletimos sobre o nosso horizonte histórico e como é o habitar para essa população, bem como a resistência diária para permanecer existindo. Espera-se que os resultados da pesquisa possam contribuir para ampliar a discussão sobre a saúde mental e suicídio da população LGBTI+ e lançar luz sobre as problemáticas vivenciadas por essa população na sociedade brasileira, colaborando também para pensar, tensionar e construir políticas públicas afirmativas.