Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Cavalheiro, Douglas André Gonçalves |
Orientador(a): |
Peixoto, Renato Amado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51184
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Resumo: |
A organização de festejos comemorativos expõe e revela os grupos sociais como agentes criadores da narrativa histórica – preservando, esquecendo ou silenciando a memória – na medida em que por meio dessa ação organizadora ressignificam sua identidade cultural. Permeados por sentimentos e emoções, esses agentes transformam as representações de seus espaços em novas formas de vivências espaciais, tal como ocorreu em São Paulo entre os anos de 1947 e 1955. Ressentidos pela exclusão política causada desde a Revolução de 1930, a elite econômica ligada ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) e o grupo político do Partido Social Progressista (PSP) idealizaram as comemorações do IV Centenário da capital paulista à luz de uma ressignificação identitária para representar todo o espaço da região. Ao longo de quase meia década, o cargo de chefia – que promovia as comemorações – foi digladiado entre a elite paulista e outros grupos (políticos dissidentes e intelectuais universitários) que perscrutavam no evento uma forma de ganho de capital – seja político ou econômico – para sua corporação. Através dos discursos desses grupos forma-se um cenário historiográfico, no qual, em especial a atuação dos bandeirantes – símbolo identitário paulista – será alvo de profundos debates entre distintos representantes das facções que disputavam a autoria das narrativas dos festejos comemorativos. A partir da metodologia tropológica, sugerida na Metahistória de Hayden White (1992), observa-se como as rivalidades interpretativas no discurso historiográfico são consequentemente polarizadas em distintos espaços sociais – devido às divergentes visões políticas e ideológicas – em que se inserem os historiadores. Portanto, avaliados os conceitos cartográficos da Ilha-Brasil – debatidos ao longo da Querela Bandeirante entre o historiador lusitano Jaime Cortesão e o historiador paulista Sérgio Buarque de Holanda; e a escultura da Aspiral – concebida por Oscar Niemeyer construída no Parque do Ibirapuera, percebe-se uma ressignificação da identidade paulistana, uma apoteose regional, durante os festejos comemorativos do IV Centenário da capital. As comemorações tiveram a finalidade de se distanciar e lançar ao esquecimento as narrativas historiográficas paulistas da década de 1920, silenciando a identidade regional paulistana que outrora apenas buscava a sua legitimidade através da participação na formação do território brasileiro. |