Construção de sentidos em língua brasileira de sinais (libras): uma análise contrastiva entre falantes surdos e falantes ouvintes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Albino, Ivone Braga
Orientador(a): Duque, Paulo Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24925
Resumo: Esta tese tem como objetivo investigar o modo como surdos falantes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) constroem sentidos, tomando por base a Linguística Cognitiva e, dentro desse campo, a Teoria Neural da Linguagem. Em consonância com os pressupostos teóricos, utilizamos as noções de categorização (LAKOFF, 1987; DUQUE, 2001, 2002); de corporalidade (LAKOFF e JOHNSON, 1999; DUQUE e COSTA, 2011, 2012; BERGEN, 2008); e de narrativa (DUQUE, 2012; LAKOFF, 2008). Além disso, apresentamos categorias analíticas como esquemas-I (LAKOFF, 1987; JOHNSON, 1987); esquemas-X (FELDMAN, 2006); frames (FILLMORE, 1976, 1982; DUQUE, 2015); metáforas conceptuais e metonímia (LAKOFF e JOHNSON, 1999, 1980, 2002; GIBBS, 1994, 1999, 2005) em Libras. A tese defendida é a de que a construção de sentidos em narrativas por falantes surdos de Libras está atrelada a processos cognitivos relacionados a ações e percepções no mundo. Desse modo, a linguagem não está dissociada de processos criadores, que refletem, portanto, os processos gerais do pensamento elaborados pelos indivíduos quando criam seus significados e os adaptam a contextos diferentes de interação com outros indivíduos. O corpus utilizado na pesquisa é constituído por vídeos de falantes surdos de Libras (grupo experimental) e de falantes ouvintes de Libras (grupo de controle); o estudo é de natureza qualitativa, pautado na metodologia empírica quase-experimental (MONTERO; LEON, 2007). As análises de dados apontam para a existência de padrões referentes ao modo particular a partir do qual os surdos falantes de Libras compreendem suas relações com o mundo e conceitos específicos, cognitivamente construídos, utilizando a língua visuomotora. A ativação de circuitos neurais corrobora as hipóteses de que os surdos falantes de Libras exploram mais o campo visual; agregam outros aspectos perceptuais relacionados à forma e ao movimento dos objetos (ordenação espacial, foco e atenção); os indexadores linguísticos (sinais) acionam esquemas-I e esquemas-X, frames; e o próprio sinal tem base metafórica e/ou metonímica. A vertente de análise crítica acerca do modo como ocorrem cognitivamente os sinais em seus falantes sugere que, no ensino de Libras, sejam considerados os mecanismos de ativação de processos cognitivos durante a sinalização da língua, cujas experiências se efetivam em ambiente não-auditivo.