A aprendizagem de português por sujeitos surdos falantes da libras: entre discursos e identidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Eliane Francisca Alves da
Orientador(a): Guerra, Vânia Maria Lescano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2512
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo descrever, a partir de uma perspectiva funcionalista da linguagem, as interferências da LIBRAS na marcação de tempo e em outros aspectos da gramática da Língua Portuguesa mediante análise de mensagens de surdos via inbox pela rede social Facebook. Tendo em vista a especificidade da língua em questão. Também problematizar os discursos presentes na sociedade a respeito da língua em questão como do sujeito surdo numa sociedade que caminha em busca de melhor atender a necessidade das pessoas com deficiência. Assim, para um estudo sobre os enunciados da LIBRAS transcritos para a língua portuguesa - LP - na modalidade escrita por sujeitos surdos, analisamos os aspectos linguísticos da Língua Brasileira dos Sinais - LIBRAS, a estrutura dos sinais que dão forma aos discursos dos surdos e qual a relação entre esses dois sistemas linguísticos totalmente diferentes, a Língua de Sinais -LS e a LP, no processo de ensino aprendizagem desses sujeitos. Para este estudo, partimos das discussões a respeito da importância da LIBRAS no processo de ensino aprendizagem dos surdos e de como ensinar a LP, considerando as relações de poder que existem entre aluno surdo e professor ouvinte, aluno surdo e sociedade. Utilizamos como procedimento metodológico a seleção de mensagens trocadas com surdos da cidade de Nova Andradina e Campo Grande, estado de Mato Grosso do Sul, por inbox, recolhidas da rede social Facebook. Os recortes/sentenças foram organizados obedecendo ao critério numérico de categorização dos sujeitos (S1, S2, S3, S4 e S5). A análise é especialmente focada em como ocorre a marcação de tempo nos discursos desses sujeitos, que podem transmitir suas ideias de forma coerente, desde que considerem os aspectos linguísticos de sua língua materna- LM, LIBRAS. Para a realização do estudo e da análise nosso trabalho está baseado no arcabouço teórico da perspectiva funcionalista (NEVES, 2000; GIVÓN, 2001; FIORIN, 2003), de estudos sobre Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS (SALLES, 2007; QUILES, 2010; HONORA, 2009; QUADROS, 2004 e GESSER, 2009) e na perspectiva discursiva (SKLIAR, 2003; CAVALLARI, 2011; CORACINI, 2003), articulados no primeiro capítulo. No segundo, (re)contamos a história da LIBRAS e dos surdos, mundialmente e no Brasil, como também a lei e decreto em vigor, as políticas vigentes no processo de ensino desses sujeitos, os discursos presentes sobre a surdez e a LIBRAS, a importância desta na vida e no processo de aprendizagem dos surdos, a relação LIBRAS-LP, os universais linguísticos e peculiaridades da LS. O terceiro e último capítulo constitui-se pelas análises dos dados coletados a partir do viés teórico adotado. Após a análise e compreensão dos aspectos linguísticos da LIBRAS e da LP, vê-se que é importantíssimo os surdos terem contato com sua LM, como também conhecer sua estrutura linguística para posteriormente adquirir a segunda língua. Pois, é preciso ter domínio da LM para que a aquisição de outra língua possa ocorrer de forma adequada. Assim, o processo deve ser pensado como ensino para segunda língua. Mesmo encontrando barreiras por parte de alguns profissionais da educação e da sociedade a LIBRAS é, de fato, a primeira língua da comunidade surda brasileira, servindo de apoio para que seus membros possam aprender outras linguagens na sua modalidade escrita, desde que seja considerada a especificidade de sua LM.