Diferenças individuais e substâncias psicoativas: efeitos do álcool e da cafeína no comportamento de zebrafish (Danio rerio)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Caroline Peripolli dos
Orientador(a): Luchiari, Ana Carolina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52804
Resumo: Os indivíduos apresentam diferentes traços comportamentais que compõe sua personalidade. Os traços são considerados características que tanto tem base genética quanto são moldados pelas experiências ao longo da vida, e guiam o modo como os indivíduos se comportam nas diferentes situações e contextos ambientais vivenciados. A ampla variabilidade comportamental em uma população é importante para manutenção das espécies e sobrevivência dos indivíduos. Essas características podem também estar relacionadas a comportamento de risco e influenciar no consumo, efeitos e sensibilidade dos indivíduos à substancias psicoativas. Dentre elas, o álcool e a cafeína parecem ser as mais consumidas mundialmente. O álcool é a droga lícita responsável por inúmeras doenças e acidentes em seres humanos, enquanto a cafeína, apesar de não apresentar efeitos tão graves, também pode ser prejudicial se consumida em grandes quantidades. Dessa forma, o objetivo desta tese foi avaliar a resposta de perfis comportamentais relacionados a um dos traços de personalidade, o perfil bold-shy, sob efeito do álcool e da cafeína em zebrafish. No primeiro capítulo, avaliamos as diferenças entre os perfis de uma população de zebrafish, com o objetivo de determinar os comportamentos de tomada de risco e exploração que determinam os dois extremos do contínuo bold-shy. Em seguida, testamos os perfis extremos em dois contextos diferentes, um contexto afiliativo (grupo social) e um contexto aversivo (presença de predador), e sob efeito de tratamentos crônicos e agudos com álcool (capítulo 2) e cafeína (capítulo 3). Nossos resultados mostram que os perfis bold e shy apresentam diferenças na tomada de risco, indivíduos bold são mais propensos ao risco do que os shy, e na resposta exploratória, indivíduos bold são mais exploradores do que os shy. Ademais, os perfis respondem de forma distinta às concentrações de droga e aos contextos analisados, havendo diferenças na sensibilidade à droga, que torna indivíduos bold mais sociáveis em algumas situações e indivíduos shy mais avessos ao risco em outras. Nossos dados demonstram que há diferença na responsividade entre bold e shy, corroborando estudos que relacionam a personalidade aos efeitos de substâncias psicoativas. Esperamos que esses resultados ajudem no avanço de outras pesquisas sobre os efeitos e tratamentos para abuso de substâncias e suas consequências. Por fim, reforçamos o uso do zebrafish como uma ferramenta adequada e confiável para estudos translacionais relacionados a drogas psicotrópicas.