Diferenças comportamentais na resposta ao álcool em peixes juvenis de peixe zebrafish (Danio rerio)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Maria Elisa Leite
Orientador(a): Luchiari, Ana Carolina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29197
Resumo: O álcool (etanol ou álcool etílico) é, sem dúvida, a droga lícita de abuso mais consumida no mundo. O uso excessivo desta substância pode causar o transtorno por uso de substâncias, uma das doenças mais devastadoras dentre aquelas relacionadas às drogas de abuso. Os efeitos de reforço do uso moderado de álcool são resultado da interação com sistemas neurotransmissores como, por exemplo, dopamina (DA), serotonina (5HT), ácido gama-aminobutírico (GABA) e glutamato. No entanto, sabemos que alguns indivíduos são mais sensíveis aos efeitos do álcool enquanto outros são mais resistentes, resposta que pode estar relacionada a fatores genéticos e ambientais/sociais. Determinar a relação entre o perfil comportamental e uso do álcool é difícil, visto que deve ser levado em consideração tanto a análise comportamental quanto a neurofisiológica do indivíduo. A fim de melhor compreender estes aspectos do consumo de álcool, o zebrafish (Danio rerio) vem se tornando animal modelo promissor, pois oferece a possibilidade de investigação tanto sobre álcool quanto sobre diferenças individuais, possui neurotransmissores clássicos de vertebrados, além de ter elevada semelhança genética com seres humanos. Outra vantagem é o conhecido repertorio comportamental derivado da exposição ao álcool, que também mostra similaridades aos comportamentos humanos. Nesse sentido, este trabalho avaliou através de testes comportamentais se as diferenças individuais estabelecidas precocemente podem ser preditivas dos efeitos do consumo de álcool. Os resultados encontrados mostram animais emergentes precoces alteram seu comportamento em moderadas concentrações de álcool, como 0,25% enquanto animais emergentes tardios têm seu comportamento alterado em concentrações baixas de álcool, como 0,10%. Além disso, emergentes precoces são mais propensos a riscos, exploram mais o ambiente e tomam decisões mais rápidas ao contrário de animais emergentes tardios. Neste estudo foi possível observar que as diferenças individuais aparecem desde muito cedo na vida de um indivíduo. Animais com diferentes tempo de eclosão diferem comportamentalmente quando expostos ao álcool, emergentes precoces são mais resistentes ao álcool enquanto emergentes tardios são mais sensíveis, de maneira que emergentes precoces apresentam características comportamentais semelhantes ao perfil bold, enquanto emergentes tardios mostram-se mais próximos ao perfil shy.