Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Siqueira, Emerson Michell da Silva |
Orientador(a): |
Langassner, Silvana Maria Zucolotto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM MEDICAMENTOS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32776
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Resumo: |
O vírus herpes simples tipo-1 (HSV-1) promove uma infecção permanente de elevada prevalência em adultos, com potencial implicações em indivíduos imunocomprometidos. A terapia padrão para o tratamento dos sintomas de infecções por HSV inclui o aciclovir e seus análogos que possuem o mesmo mecanismo de ação, atuam através da inibição da enzima DNA-polimerase envolvida na síntese de novos vírions na célula infectada. As plantas medicinais tem apresentado potencial efeito antiviral como a espécie Spondias mombin (Anacardiaceae), conhecida popularmente como cajazeira, uma planta frutífera, distribuída no Brasil e em outros países das Américas. S. mombin apresenta evidências não-clínicas de efeito antiviral, além de ser utilizada popularmente para tratar herpes. A sua ação antiviral é principalmente relacionada a presença de taninos hidrolisáveis com potencial contra o HSV-1 e coxsakie vírus, sendo que, um dos metabólitos ativos parece ser a geranina. Nesse sentido, este estudo teve o objetivo de investigar o mecanismo de ação antiviral do extrato hidroetanólico e frações das folhas de S. mombin e da geranina frente ao HSV-1, bem como, caracterizar as substâncias presentes no extrato e quantificar o marcador geranina. Para isso, o perfil fitoquímico do extrato foi analisado por CL-EM e o teor de geranina foi quantificado por um método desenvolvido e validado por CLUE-DAD. Quanto aos ensaios biológicos, diferentes concentrações de amostras foram usadas para avaliar a atividade anti-herpes in vitro (anti-HSV-1) em ensaios virucida, pós-infecção, adesão e penetração. O mecanismo de ação antiviral da geranina foi também investigado in silico através da análise de sua interação com as glicoproteínas gB e gD da superfície do HSV-1. Simulações de docking molecular foram realizadas para ambos a fim de determinar a interação da geranina no sítio alvo. A posição de ligação foi otimizada posteriormente considerando a flexibilidade das glicoproteínas. A análise fitoquímica das amostras foi realizada por CL-EM e revelou a presença de 22 substâncias, das classes dos taninos hidrolisáveis, flavonoides O-glicosilados, ácidos fenólicos e um carboidrato. O extrato, a fração rica em taninos e a geranina mostraram atividade virucida in vitro através do bloqueio da adesão viral, mas não foi observada significativa inibição da penetração viral. As abordagens in silico demonstraram um grande número de potenciais interações intermoleculares fortes como ligações de hidrogênio entre a geranina e o sítio de atividade das glicoproteínas, particularmente a glicoproteína gB. Experimentos in silico indicaram que a geranina é pelo menos parcialmente responsável pela atividade anti-herpes por meio da interação com a glicoproteína de superfície viral gB, que é responsável pela adsorção viral. Adicionalmente, foi realizada a quantificação da geranina no extrato através de metodologia desenvolvida e validada por CLUE-DAD, onde foi obtido o teor de 193,8 µg de geranina por mg de extrato. Esses resultados destacam o potencial terapêutico anti-herpético do extrato hidroetanólico das folhas de S. mombin. No entanto, mais estudos são necessários para validar a atividade anti-herpética in vivo, bem como sua eficácia em humanos. |