ESTUDO TOXICOLÓGICO NÃO CLÍNICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE Spondias mombin L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SILVA, Eliadna de Lemos Vasconcelos
Orientador(a): WANDERLEY, Almir Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15379
Resumo: Spondias mombin L., Anacardiaceae, é cultivada em várias partes do mundo e tradicionalmente é utilizada para o tratamento de várias doenças, por apresentar propriedades medicinais. Os extratos de suas folhas apresentam atividades farmacológicas reconhecidas tais como, antimicrobiana, antiviral, leishmanicida, antioxidante, anticonvulsivante, antipsicótica, antihelmíntica e anti-inflamatória. Na medicina popular, as folhas de Spondias mombin também têm sido utilizadas para indução de aborto. Em nossa revisão bibliográfica, constatamos carência de informações toxicológicas detalhadas sobre a espécie. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar a segurança do uso do extrato hidroalcoólico de Spondias mombin (EHSm) em ratos Wistar de ambos os sexos, visando dar suporte a futuros testes clínicos. Inicialmente foram caracterizados os constituintes químicos do EHSm por CLAE-DAD e foram realizados testes de toxicidade aguda (por via oral na dose de 5 g/kg), testes de doses repetidas sobre os parâmetros bioquímico, hematológico e morfológico nas doses de 200, 500 e 2000 mg/kg consecutivas durante 30 dias, além de ensaios de toxicidade reprodutiva, nas mesmas doses administradas durante o período de pré-implantação (1º ao 6º dia) da gestação. A análise por CLAE-DAD do EHSm demonstrou a ocorrência dos flavonoides: quercetina, canferol e isoquercetina, além do polifenol resveratrol. Os resultados obtidos mostraram que por via oral o EHSm não provocou mortes na dose de 5 g/kg nos animais. O tratamento de doses repetidas com o EHSm não produziu sinais significativos de toxicidade ou mortes, o consumo de água não foi alterado em ambos os sexos e o consumo de ração foi diminuído apenas na primeira semana para os machos tratados na dose de 500 mg/kg, entretanto, o ganho de massa corporal não foi afetado em ambos os sexos durante todo o tratamento. Os perfis bioquímico e hematológico não foram clinicamente modificados e estão dentro dos limites de referência para a espécie. Não foram observadas alterações nas massas absolutas e relativas dos órgãos analisados, bem como na morfologia macroscópica externa dos mesmos. A análise microscópica dos órgãos apontou discreto infiltrado linfocitário no fígado (EHSm 500 e 2000 mg/kg) de animais de ambos os sexos e discreto aumento do espaço glomerular nos rins das fêmeas (EHSm 500 e 2000 mg/kg) e machos (todos os grupos tratados) em relação ao grupo controle, contudo tais alterações não apresentam relevância clínica, visto que ocorreram de modo não-generalizado. Ratas prenhes tratadas no período da pré-implantação com EHSm não apresentaram alterações nos parâmetros reprodutivos, entretanto, o tratamento provocou redução no ganho de massa corporal no período do tratamento. Nenhuma morte e/ou malformações dos fetos foi observada com a dose mais alta sugerindo que o extrato não possui efeito abortivo. Os resultados encontrados nos levam a concluir que o EHSm não apresentou toxicidade por via oral, entretanto, há indícios de possível toxicidade materna durante o período de pré-implantação, que deve ser analisada posteriormente em maior detalhe.