Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Lisboa, Carolina Maria Cardoso Aires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24373
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Resumo: |
A seleção sexual é responsável pela evolução de diversos sinais visuais conspícuos utilizados na comunicação intra e interespecífica de inúmeras espécies. Os lagartos têm sistema visual com fotorreceptores que são sensíveis aos comprimentos de onda UV, e algumas espécies utilizam ornamentos de cor UV na comunicação. Neste estudo, utilizamos espectrofotometria para obter evidências de ornamentação UV em lagartos Ameivula ocellifera. Utilizando um aparato experimental em formato de arena, obtivemos evidências do papel da sinalização UV na seleção sexual (preferência de fêmeas e competição entre machos). Nossos resultados revelaram que a sinalização UV é importante na preferência de fêmeas, uma vez que as mesmas exibem preferência por machos com maior reflectância UV em relação aos machos com reflectância experimentalmente reduzida. Também descobrimos que os machos com UV reduzido não foram mais propensos a perder disputas do que os controle, embora quanto maior a diferença de reflectância UV entre os pares, menor o tempo de avaliação entre os rivais antes do combate. Para avaliar se os sinais de cor são informativos da qualidade, testamos dois ornamentos de machos de A. ocellifera contra traços morfológicos e desempenho fisiológico. Descobrimos que machos maiores apresentaram comprimentos de onda UV e médio mais intensos nos ocelos dorsolaterais e, em contraste, os machos de cabeça menor tiveram o croma UV mais intenso nas escamas ventrais exteriores (EVEs). Concluímos que a mesma característica de cor transmite diferentes mensagens dependendo da posição do sinal no corpo dos lagartos, sendo um indicativo de estratégias alternativas de sinalização. Além disso, um maior brilho nas EVEs foi associado a maior força de mordida, sendo este um sinal confiável de capacidade de luta do macho. Esses resultados sugerem que existe um sistema de sinalização múltipla na espécie. Por fim, modelamos os sistemas visuais de A. ocellifera e de dois tipos de predadores (ave de rapina e serpente) para descobrir como as manchas de coloração são percebidas e explorar as consequências da coloração conspícua em termos de pressões seletivas. Encontramos dicromatismo entre os sexos, com a reflectância UV de machos mais visíveis e altamente distinguíveis dos das fêmeas a partir do sistema visual de A. ocellifera. Os sinais UV foram altamente perceptíveis quando em contraste com a coloração do corpo e do ambiente natural para A. ocellifera e, menos mas ainda perceptíveis, para os predadores, concordando com a hipótese da condução sensorial. Esta tese esclarece o papel dos sinais sexuais e sua importância nas comunicações intra e interespecíficas em lagartos. Nossas descobertas baseiam futuros estudos sobre evolução e comportamento e expandem o conhecimento acerca das seleções natural e sexual propostas por Darwin. |