Coloração e seleção sexual em Tropidurus hispidus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Maggi, Bruno de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24372
Resumo: Nesta proposta esperamos resolver as seguintes questões: 1. existe diferenças na coloração entre machos e fêmeas de Tropidurus hispidus? 2. as fêmeas utilizam características da coloração para escolher parceiros? 3. a coloração dos machos prediz o resultado de disputas em contextos agonísticos? Tropidurus hispidus Spix (1825) a maior espécie do grupo Torquatus. Os lagartos desse gênero são diurnos, extremamente abundantes, heliófilos, forrageadores senta-e-espera, territoriais, ocorrendo predominantemente em formações abertas. Utilizamos um espectrofotômetro para mensurar as variáveis de cor e uma modelagem visual, utilizando os dados de sensibilidade visual do lagarto Podarcis mularis. Estes dados foram usados para responder a primeira questão. Para responder as questões 2 e 3 realizamos dois experimentos controlados, no qual pareamos os machos pelo tamanho. No primeiro, de escolha dos machos pelas fêmeas, dois machos foram colocados em um terrário dividido em três partes, cada macho ficava em um compartimento e não tinham contato visual entre eles e a fêmeas no outro compartimento com total acesso visual aos dois machos. Para o segundo, de interações agonísticas entre machos, os animais foram colocados em um terrário durante 30 min e neste período foram registrado todos os comportamento para determinar os vencedores em cada rodada. Primeiramente, as variáveis de cor foram usadas para diferenciar machos de fêmeas. Nossos primeiros resultados mostraram claramente que T. hispidus exibe dicromatismo sexual e que este é percebido por conspecífico. Das onze áreas do corpo usadas para comparar machos e fêmeas, nove mostraram diferenças significativas. Para a região dorsal e cabeça, o croma vermelho é a variável que mais discrimina machos de fêmeas. Já para a região ventral da coxa, cloaca, flanco, barriga e garganta o brilho é a que melhor distingue machos de fêmeas. Para a base da cauda a matiz é o que melhor discrimina os sexos?. Ainda, o croma UV na região ventral da base da cauda, também distingue os sexos. A modelagem visual mostrou que essas diferenças são percebidas por outro lagarto, confirmando os dados de espectrofotometria. No experimento de escolha pelas fêmeas a região e a variável que melhor discriminaram escolhidos e não escolhidos, foram, respectivamente ventral da coxa e croma 8. Para o experimento de competição entre os machos as regiões barriga e colar, bem como as variáveis croma azul, 3 e 8, melhor discriminaram vencedores e perdedores. Isso nos mostra que a diferença entre machos e fêmeas vão além das descritas na literaturas e que a coloração tem um papel importante na competição inter e intrasexual. Com isso esperamos ter contribuído para uma melhor compreensão da evolução do design do sinal e como agem a seleção intra- e intersexual neste processo.