Sonhos entre as páginas do Meu Pé de Laranja Lima: imaginação e devaneio poético voltado à infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Batista, Ozaias Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25451
Resumo: A imaginação é parte indissociável do anthropos (MORIN, 2015; 2012; 2011), integrando todas as dimensões existentes na sociedade e cultura. Partindo desse pressuposto, a presente pesquisa objetiva problematizar a manifestação do imaginativo no plano sociocultural, adotando a narrativa romanesca de O Meu Pé de Laranja Lima (1995) como principal campo de estudo. Isso porque o romance conta a história de Zezé, um menino que faz uso da imaginação na leitura da realidade, através da qual ele imprime em si e nos outros personagens romanescos significados múltiplos oriundos de seu mundo imaginado. Com isso, as imagens literárias (BACHELARD, 2008b) presentes no romance serão lidas sob inspiração do devaneio poético voltado à infância (BACHELARD, 2009), uma vez que identifico em Zezé atributos relacionados com esse infante sonhador bachelardiano. O percurso teórico-metodológico da pesquisa está orientado pela fenomenologia da imaginação poética de Gaston Bachelard (2009; 2008), tendo em vista que me proponho a realizar uma leitura poética do romance balizado pelas imagens literárias gestadas em devaneio de leitura. Observei que no decorrer do enredo experiências traumáticas contribuíram para a supressão do potencial imaginativo de Zezé, condicionando-o a uma apreensão racional da realidade, não mais amparada pela poeticidade dos seus sonhos e amigos imaginados. Assim, o imaginar não fazia de Zezé uma criança com atributos de ingenuidade ou passividade – diferindo do comumente associado às crianças e a imaginação. Ao contrário, o potencial imaginativo do menino lhe possibilitava reinventar sua realidade por meio dos sentimentos e ações instigadas pelas imagens poeticamente imaginadas.