A política dos corpos: as relações de poder e de família nas personagens de Carmen Laforet, Marília Arnaud e Vargas Llosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Bruna Rafaelle de Jesus
Orientador(a): Araújo, Rosanne Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55318
Resumo: Este trabalho questiona possíveis semelhanças ou mesmo diferenças entre os demônios das personagens femininas criadas por autoras mulheres e os demônios que atormentam as personagens femininas desenvolvida por um criador homem. Essas inquietações suscitaram a necessidade de conhecer quem são as personagens na ficção. Sendo assim, a pesquisa conta com os seguintes objetivos: investigar, por meio de um estudo comparativo, a construção das subjetividades das personagens a partir das relações de poder, do corpo, e das relações familiares transpassadas pelo erotismo, nos romances: Nada (1944), da espanhola Carmen Laforet, (1921-2004); O Pássaro Secreto (2021), da brasileira Marília Arnaud (1960 –); e Elogio de la madrastra (1988) e Los cuadernos de don Rigoberto (1997), do peruano Mario Vargas Llosa (1936 –). Além disso, os desdobramentos deste estudo analisam como essas personagens se apresentam e se reconhecem na sociedade em que vivem, problematizando questões da maternidade, além de uma perceptível tendência a romper com as expectativas sociais de como se deve ser mãe nas obras selecionadas. Para desenvolver essa análise, tem-se como aporte os preceitos teóricos de Mikhail Bakhtin (1997, 2010, 2011), no que diz respeito ao dialogismo presente nas obras, o olhar sobre o erótico e a sexualidade a partir dos subsídios teóricos de Georges Bataille (2014), Sigmund Freud (2006 e 2020) e Michel Foucault (2012, 2013, 2014). As reflexões acerca das noções de gênero e cultura de gênero são encaminhadas como construções históricas e linguísticas a partir dos textos de Judith Butler (2003), Simone de Beauvoir (2019), Margaret A. McLaren (2016) e Susan Bordo (1997). A análise do corpus revela, portanto, que as personagens refratam o contexto social em que estão inseridas, dispostas no tempo e no espaço em determinadas relações de poder, e isto é denunciado a partir dos papeis que cada sujeito desempenha nos laços familiares e sociais, além de perceber que as personagens femininas arnaudianas e laforetianas são muito mais complexas do que as vargallosianas, denunciando uma angústia na escrita de autoria feminina.