Ações afirmativas para acesso ao ensino superior estimulam o empreendedorismo minoritário? Uma análise empírica de uma universidade brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Soares, Ana Maria Jerônimo
Orientador(a): Melo, Felipe Luiz Neves Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46802
Resumo: O impacto de Ações Afirmativas (AA) para acesso ao ensino superior está em pauta em todo o mundo, visto que tais políticas incentivam a escolaridade de grupos minoritários e afetam as vidas de indivíduos historicamente desfavorecidos. Nesta perspectiva, frequentar a universidade aumenta o acesso das minorias à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), bem como à diversidade e inovação, podendo ser um fator relevante na idealização de empreendimentos. Todavia, existem poucas evidências empíricas acerca do efeito de frequentar uma universidade de excelência sobre a probabilidade de tornar-se um empreendedor. Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar se a bonificação (pontuação adicional) para admissão em uma universidade brasileira está positivamente relacionada à probabilidade de um indivíduo iniciar um novo negócio. A política analisada consiste no Argumento de Inclusão (AI) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que adicionava 10% à nota no processo seletivo para estudantes egressos de escolas públicas até o ano de 2012. Como estratégia de análise foi utilizado o método de Regression Discontinuity Design (RDD) em um conjunto de dados que combina a candidatura à UFRN entre 2010 e 2012 com informações de abertura e sociedade em empresas, disponibilizadas pela Receita Federal até 2021 (cobrindo o período a partir do ingresso na UFRN e considerando até cinco anos após a formação), e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2017) do Ministério do Trabalho e Emprego. Em síntese, não foram identificados efeitos estatisticamente significantes de frequentar a UFRN, beneficiado pela política, sobre a probabilidade de empreender. No entanto, ao restringir a análise ano a ano, os coeficientes se alteram apenas para 2010, havendo, portanto, um efeito negativo significante, indicando que os beneficiados pela política que ingressaram na UFRN no referido ano apresentam redução na probabilidade de empreender. Ademais, os resultados de uma análise adicional mostram que candidatos elegíveis, especificamente do gênero masculino, que ingressaram na universidade por meio da política tiveram um aumento nos anos de educação e na probabilidade de concluir a faculdade, logo, a formação acadêmica pode gerar perspectivas futuras de empregos formais, aumentando o custo de oportunidade de empreender.