A sorte não está do nosso lado: a distopia The hunger games como crítica à sociedade ocidental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Farias, Leonardo Guimarães de
Orientador(a): Araújo, Rosanne Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27774
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo, a partir da visão de literatura como uma possível ferramenta de crítica à sociedade (BOOKER, 1994a), perceber como The hunger games contesta o mundo contemporâneo. Para tanto, investigar-se-á quais as semelhanças entre o mundo do romance e o contexto histórico de sua publicação. Lançado em 2008, The hunger games, escrito pela autora estadunidense Suzanne Collins, traz temáticas comuns às discussões sobre o controle e domínio ideológico da sociedade capitalista do século XXI também presentes no subgênero distopia. Esta pesquisa entende por distopia as ficções influenciadas por textos utópicos em que a sociedade apresentada é radicalmente pior que a do autor e que buscam alertar o leitor sobre problemas do presente (BOOKER, 1994b; SUVIN, 2015). A partir do entendimento de que as temáticas das distopias variam de acordo com a conjuntura de seu tempo, é necessário compreender: quais as temáticas comuns às distopias e quais mudanças de abordagem ocorreram no gênero; como The hunger games discute os temas comuns à tradição distópica e como os ressignificou; por fim qual o paralelo entre o romance e a sociedade ocidental do início do século XXI. A pesquisa baseou-se nos estudos do filósofo Žižek e suas influências marxistas modernas para compreender a sociedade pós 11 de setembro. Para entender as relações entre literatura e sociedade, levou-se em consideração os estudos teóricos sobre distopias de Booker (1994a, 1994b), Gottlieb (2001) e Suvin (2015). Por fim, utilizou-se de parte da fortuna crítica de The hunger games – Averill (2013), Barbosa (2017), Gresh (2012) e Olthouse (2013) – como aporte para analisar as temáticas abordadas no romance. Percebe-se que The hunger games critica a espetacularização da realidade e as relações de poder presentes na sociedade. Além disso o romance sugere um comportamento baseado no cuidado e na solidariedade pelo próximo como possibilidade de superar os problemas denunciados na narrativa.