Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Ricardo de Souza |
Orientador(a): |
Silva, Fernando Cesar Alves da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51301
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Resumo: |
A descoberta nas últimas décadas de províncias de hidrocarbonetos associadas a Margem Transformante Equatorial (MTE) gerou um crescente interesse em melhor entender a evolução dessa margem, sendo considerada uma nova fronteira exploratória. Na porção brasileira, a MTE compreende a riftes intracontinentais e margens passivas. No presente trabalho investigou-se a evolução pré- a sin-desenvolvimento da MTE, a partir da aplicação da ferramenta modelagem estrutural física, e análise multiescalar do registro da deformação frágil presente no embasamento cristalino das bacias Potiguar e Ceará, porção extremo leste da Margem Equatorial Brasileira (MEB). Os dados da modelagem evidenciam que o processo de rifteamento da MTE se deu de modo predominantemente oblíquo ao campo de distensão. Essa margem compreendeu durante seu estágio de evolução inicial, em escala de placa, uma importante zona de transferência oblíqua (α = 20º) desenvolvida entre o Atlântico Sul e o Central. Em estágio maturo, essa zona evoluiu a riftes oblíquos diacrônicos, cujas margens são compostas por segmentos de falhas oblíquas (normais-dextrais), NW-SE, e transcorrentes E-W a WNW-ESE, definindo em conjunto geometria em zigzag. Dois domínios tectônicos distintos ocorrem ao longo da MTE: (i) regiões de extremidade caracterizadas por deformação oblíqua com intensa rotação e basculamento do substrato, e (ii) uma região central dominada por deformação transcorrente (e oblíqua), com a presença de bacias oblíquas e pull-apart, além de platôs marginais. O embasamento das bacias Ceará e Potiguar evidencia o registro da superposição de pelo menos quatro eventos deformacionais relacionados a pré- e sin-estruturação da MEB. O evento mais antigo D1 (Tardi-brasiliano) é expresso por fraturas escalonadas NE-SW (dextrais) e juntas distensionais secas ou preenchidas por quartzo e calcedônia (NE-SW a E-W). Esse evento relaciona-se a uma transpressão dextral NE-SW intraplaca associada a exumação progressiva da cadeia orogênica brasiliana-panafricana. O evento D2 (Neojurássico ao Aptiano) caracteriza-se por falhas normais e juntas NE-SW, fraturas NNE-SSW escalonadas sinistrais, e diques básicos (Magmatismo Rio CearáMirim) NW-SE e E-W. Essas estruturas assinalam um paleocampo distensional NW-SE compatível ao atuante durante a formação da Margem Leste Brasileira e desenvolvimento das bacias interiores do Nordeste. O evento D3 (Aptiano), início da instalação da proto-margem equatorial, é representado por fraturas híbridas, cisalhantes dextrais WNW-ESE e ENE-WSW, e sinistrais NNE-SSW e NNW-SSE; e juntas NWSE distensionais, secas ou preenchidas (calcedônia, óxido e hidróxido de ferro, e calcita), que em conjunto possuem cinemática transtrativa dextral E-W. Jogs dilatacionais são característicos desse evento, expressando relação fractal com os grábens Messejana e Jacaúna da Bacia Potiguar. Falhas normais e fraturas distensionais N-S, e fraturas híbridas cisalhantes NNW-SSE, secas ou preenchidas (carbonato e óxido-hidróxido de ferro) caracterizam o evento mais jovem D4. Esse evento exibe campo de paleotensão compressional N-S e distensional E-W, podendo ser interpretado como relacionado a rotação e drift entre as placas tectônicas pós-Aptiano. Anisotropias prévias, a exemplo do Lineamento Transbrasiliano (LTB), podem controlar a nucleação e estruturação de bacias sedimentares. O papel desempenhado pelo LTB na estruturação da MEB, entretanto, ainda é pouco entendido. Assim, os dados oriundos da modelagem física indicam que o LTB foi reativado durante o desenvolvimento da MEB controlando a estruturação, configuração e partição da deformação entre as sub-bacias que compõem a Bacia Ceará. Falhas normais-dextrais, NE-SW compreendem as principais expressões da reativação do LTB. Amplas dobras sinformes e antiformes (geradas pelo mecanismo de bending), acomodam a deformação entre os sets de falhas. A leste desse lineamento, a deformação exibe caráter distribuído, associado a uma cinemática transtrativa/distensional com a geração de depocentros oblíquos e pull-apart. A oeste do LTB a deformação exibe um caráter mais localizado, dominantemente transcorrente a compressional, resultando na formação de falhas reversas e falhas transcorrentes/transtrativas. |