Qualidade da refeição consumida por idosos institucionalizados em Natal, RN, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Germoglio, Rebecca Garcia
Orientador(a): Lyra, Clelia de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26192
Resumo: O aumento da população idosa é um fenômeno universal. O processo de envelhecimento demanda uma rede de cuidados, entre os quais se enquadram as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). A institucionalização impõe alterações na rotina dos idosos, especialmente na alimentação. Índices dietéticos a priori podem ser utilizados para avaliar a qualidade da refeição. O presente estudo objetivou avaliar a qualidade da refeição principal (almoço) consumida por idosos institucionalizados e comparar dois tipos de índices de qualidade da refeição. Estudo transversal realizado com 322 idosos residentes em dez ILPI de Natal, RN, entre 2013 e 2014. Foram avaliados dados bio-sociodemográficos, de estado antropométrico e de consumo alimentar e dietético. O consumo foi avaliado por registro alimentar pesado, por dois dias não consecutivos. A qualidade nutricional do almoço foi avaliada por meio do Índice de Qualidade da Refeição – IQR e do Índice de Qualidade da Refeição Principal – Main Meal Quality Index (MMQI). A análise descritiva de variáveis de caracterização da população foi realizada por frequências absolutas e percentuais. Para avaliar a concordância entre os dois índices, realizouse o teste de Wilcoxon. Os escores de pontuação dos dois índices foram categorizados em quartis e a concordância entre eles foi testada por classificação cruzada e kappa ponderado. Avaliou-se também a proporção de idosos categorizados em quartis correspondentes e opostos. A análise descritiva do MMQI foi realizada por medidas de tendência central, de dispersão e percentis. Todos os componentes desse índice foram analisados separadamente para a refeição do almoço. Para comparar as medianas do MMQI entre as ILPI com/sem fins lucrativos, utilizou-se o teste de Mann-Whitney para amostras independentes. A população do estudo foi predominantemente feminina (73,98%), residente em ILPI sem fins lucrativos (66,5%) e com mais de 80 anos (58,5%). Conforme IMC foi evidenciado grande proporção de baixo peso (42,9%). A qualidade do almoço obteve escore mediano de 53,51 pontos por meio do MMQI e 54,67 pontos por meio do IQR, não havendo diferença estatística entre eles (p = 0,723). Em relação à comparação entre os dois índices estudados, a classificação cruzada por quartis mostrou boa concordância, sendo a exata de 48,8% e a discordância de 3,4% (Kappa ponderado = 0,447). A proporção de idosos no mesmo quartil ou no quartil adjacente foi de mais de 85%. De acordo com o MMQI, observaram-se baixas pontuações de consumo de verduras, frutas, fibra e densidade energética; além de altas pontuações (próximas dos escores máximos) nos componentes de carnes processadas, sobremesas e bebidas adoçadas. A qualidade da refeição consumida nas ILPI com fins lucrativos foi estatisticamente melhor do que nas sem fins lucrativos (p < 0,0001). Conclui-se que os dois índices de qualidade da refeição analisados possuem uma boa concordância entre si. Contudo, o MMQI apresenta uma avaliação mais detalhada por possuir um maior número e combinação de componentes, os quais permitem avaliar fatores tanto de risco quanto de proteção para o desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis. A refeição consumida pelos idosos institucionalizados precisa de melhorias no tocante ao consumo de frutas, verduras, fibra e densidade energética. Verifica-se assim a necessidade de políticas públicas que visem melhorar a alimentação desse grupo.