A construção de um pensamento geográfico periférico na perspectiva de Euclides da Cunha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Alyne Karollayne Melquiades Souza da
Orientador(a): Morais, Hugo Arruda de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/58028
Resumo: Esta pesquisa debruça-se sobre a temática do Pensamento Geográfico Periférico, tendo a obra de Euclides como referência de análise. Com a Independência do Brasil, em 1822, surgia a necessidade de um sentimento nacionalista que justificasse a ideia do novo Estado-Nação, assim como, que fosse responsável por gestar elementos que configurassem uma certa brasilidade. Nesse caminho, diversos intelectuais, intitulados de “escritores-cidadãos”, tomaram para si a responsabilidade de constituir uma interpretação da formação da sociedade e do território, apontando a singularidade nacional. Dentre várias obras e literatos do período, se destacam os livros Os Sertões e À Margem da História, de Euclides da Cunha, uma vez que foram responsáveis por gerar uma perspectiva de saber histórico e geográfico, além de carregarem em seu cerne uma leitura do Brasil, a partir de seu território e suas diferenciações. Ao mesmo tempo, compreende-se que esses escritos carregam um saber centrado em uma forte dimensão espacial. Tendo em vista tais observações, chamamos a atenção para a questão central que norteia a presente pesquisa: em que medida a dimensão espacial presente em Euclides da Cunha possibilitou a construção de um Pensamento Geográfico Periférico no Brasil? Com base neste questionamento norteador, tem-se como objetivo principal analisar a dimensão espacial na literatura possibilitou a construção de um Pensamento Geográfico Periférico no Brasil, em específico, nas obras de Euclides da Cunha. Os procedimentos metodológicos assumidos pautaram-se, principalmente, em pesquisas bibliográfica e documental. Nesse processo, ainda destacamos que a análise das obras Os Sertões e À Margem da Histórica tomou como caminho interpretativo os “elementos de compreensão” apontados por Cândido (2000; 2006), os quais consistem em um estudo aprofundado sobre os aspectos referente aos fatores externos, ao autor, e, por fim, à obra. Como resultado desta pesquisa, observou-se que o literato discorreu de forma profícua sobre elementos que perpassavam a formação territorial do Brasil a partir de duas regiões centrais, o Sertão nordestino e a Selva Amazonense, representados respectivamente por Canudos e pelo Alto Purus, assim como contemplou uma visão da formação territorial do Brasil. Nessa perspectiva, percebeu-se que havia uma profunda disparidade entre as regiões do Norte e do Sul, que perpassava os aspectos sociais, econômicos e geográficos do país.