Barbárie ecológica, direito à saúde e dengue: (des)configurações de uma doença socioambiental na cidade do Natal-RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paiva, Amanda Santos de
Orientador(a): Costa, Maria Dalva Horácio da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22265
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar criticamente a relação entre a ocorrência do dengue e as condições socioambientais no município de Natal-RN. Sua preocupação central consiste em investigar em que medida a politica de saúde adotada para o combate ao dengue (des) considera-o como enfermidade socioambiental considerando o modelo hegemônico e o seu (des)controle no cenário potiguar. O processo investigativo combinou pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica possibilitou a apreensão de categorias teóricas e empíricas. Enquanto, a pesquisa documental consistiu na análise de notícias veiculadas por mídias locais e/ou nacionais, dados do IBGE e documentos produzidos pela Prefeitura do Natal no período de 2014 a 2015. Ademais, a pesquisa de campo foi efetivada por meio da técnica de grupo focal (GF) composto por Agentes de Controle de Endemias (ACE) representantes dos 5 (cinco) diferentes distritos sanitários (DS) da cidade do Natal sendo dois oriundos do DS Leste, totalizando 6 (seis) ACE, além de 1 (um) supervisor técnico do Centro de Controle de Zoonoses. Constatou-se que tais profissionais de saúde atribuem à falta de consciência sanitária como um dos principais entraves para o controle do dengue. Ficou evidenciado que apesar de iniciativas nas medidas de controle do dengue buscar ir além do setor de saúde, as ações direcionam-se para ações emergenciais. E, principalmente que há forte focalização no ―combate ao mosquito‖ reduzido ao uso de venenos ao mesmo tempo em reitera-se a ―culpabilização‖ do indivíduo por seu adoecimento. Constatou-se que o abastecimento intermitente de água, e a insuficiente e ineficiente da coleta de esgoto e de resíduos sólidos são determinantes centrais para a consolidação do dengue como doença endêmica no município do Natal. Conclui-se que a política de saúde implementada no município do Natal desconsidera a realidade socioambiental e as macrodeterminações do capital, expressa no aprofundamento das desigualdades sociais que se traduzem em precárias condições de moradia, acesso à água, esgoto e informação, em geral, elementos desprezados no cotidiano do combate ao dengue. Portanto, ignora que tais determinações repercutem no aprofundamento da ruptura da dinâmica harmônica entre humanidade e o restante da natureza agravando o cenário de barbárie socioambiental.