Não se nasce professora, torna-se professora: um estudo sobre gênero e diversidade sexual no desenvolvimento profissional docente de duas professoras universitárias de violoncelo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mota, Yanaeh Vasconcelos
Orientador(a): Carvalho, Valéria Lázaro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28943
Resumo: Esta pesquisa tem como tema gênero e diversidade sexual no Desenvolvimento Profissional Docente em música. Seu objetivo geral foi investigar o Desenvolvimento Profissional Docente de duas professoras de violoncelo atuantes em universidades federais nordestinas, considerando suas concepções sobre gênero e diversidade sexual na/para a formação em música. A fim de alcançar tal objetivo, elenquei os seguintes objetivos específicos: conhecer as narrativas de formação em música das colaboradoras; conhecer suas trajetórias de atuação profissional em música; identificar as relações que se estabelecem entre suas narrativas de formação e suas trajetórias de atuação profissional na área; destacar suas experiências, reflexões e concepções docentes sobre gênero e diversidade sexual na/para a formação e atuação em música e/ou em seu ensino. A pesquisa fundamenta-se teoricamente em Butler Scott (1995; 2010) e Butler (2003), com suas proposições acerca de gênero e diversidade sexual; em Nóvoa (1992) como aporte para pensar o Desenvolvimento Profissional Docente. Como um preâmbulo teórico para a construção do meu olhar sobre o tema, consultei estudos da Sociologia, a partir das proposições de Bourdieu (2002a; 2002b) relacionadas à dominação masculina; da Educação, a partir da discussão sobre mulheres professoras de Louro (2017); e da Educação Musical, a partir das proposições de Green (1997a) sobre patriarcado musical. Metodologicamente, o trabalho se configura como uma pesquisa qualitativa, tendo como método o estudo de caso (YIN, 2001). Dentro do método escolhido, estabelecendo-se como um estudo de casos múltiplos, por apresentar duas unidades de análise, recorri às seguintes técnicas de coleta de material empírico: entrevistas narrativas; entrevistas semiestruturadas e levantamento documental. As colaboradoras desta pesquisa possuem similaridades em relação à formação acadêmica e à vida pessoal. Todavia, diferenciam-se quanto às perspectivas profissionais e concepções sobre gênero e diversidade sexual em sua prática pedagógica: enquanto Simone, atuante em curso de licenciatura em música, relata que, além das aulas de instrumento, engaja-se politicamente na vida universitária, propondo ações que visam o empoderamento da mulher na academia e à inclusão de pessoas LGBT na universidade; Caroline, atuante em cursos de licenciatura e bacharelado, parece concentrar-se em aspectos técnicos e interpretativos do repertório canônico do violoncelo e ausentar-se de discussões e ações sobre diversidade(s) na academia. É possível concluir, dessa forma, que as professoras estão em pontos distintos do ciclo de vida profissional e que suas trajetórias de formação, bem como seu engajamento na sociedade, incidem em suas concepções sobre gênero e diversidade sexual. Por meio da discussão e análise do material empírico coletado, apresentados nesta pesquisa, almejo contribuir para a reflexão e o debate sobre gênero e diversidade sexual na/ para a formação acadêmica em música.