Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vale, Diogo |
Orientador(a): |
Oliveira, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30748
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Resumo: |
A adolescência é um período de modificações corporais, formação de comportamentos e interações sociais, as quais impactam os padrões alimentares e o estado nutricional dos indivíduos, com possíveis repercussões ao longo da vida. Visando contribuir para o processo de vigilância e cuidado alimentar e nutricional desse público, o objetivo desta tese de doutorado foi investigar as prevalências de desvios nutricionais, padrões e comportamentos alimentares de adolescentes brasileiros e suas associações com fatores psicossociais, comportamentais e de sustentabilidade. Foram desenvolvidos dez estudos, sendo um metodológico e oito de associação utilizando abordagem quantitativa com dados provenientes da amostra 2 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015, e um ensaio. (1) O estudo metodológico destaca o potencial dos bancos de dados da PeNSE em estudos de vigilância alimentar e nutricional (VAN). Já os estudos de associação exploram as seguintes questões alimentares e nutricionais do adolescente: (2) adesão à alimentação escolar, (3) perfis alimentares e nutricionais, (4) obesidade e o déficit estatural, (5) indicadores de sustentabilidade da alimentação; (6) comportamentos de risco para transtornos alimentares, (7) distorção de imagem corporal, (8) vivência da insegurança alimentar e (9) insatisfação com imagem corporal. Finalmente, o ensaio discorre sobre o (10) cuidado alimentar e nutricional na adolescência. As variáveis dependentes/principais e independentes/secundárias dos estudos de associação foram representativas de contextos individuais, domiciliares e escolares. A identificação dos modelos explicativos para cada problemática ocorreu com a aplicação de estatísticas descritivas, teste Qui-quadrado de Person, Análises de Regressão de Poisson (clássica ou multinível) ou Análise de Correspondência. Os principais resultados foram: (1) os bancos de dados da PeNSE possibilitam diversas análises de associação para explorar questões alimentares, nutricionais e comportamentais relevantes ao processo de VAN dos adolescentes brasileiros; (2) a prevalência de baixa adesão à alimentação escolar (64,2%) associou-se aos comportamentos individuais, posição socioeconômica da família e do contexto escolar; (3) o perfil alimentar e nutricional mais prevalente entre adolescentes caracterizou-se por padrão alimentar de menor risco nutricional com eutrofia (42,6%) e os seis perfis formados por combinações entre categorias de padrão alimentar e de estado nutricional associaram-se a distintas características sociodemográficas, comportamentos e indicadores de sustentabilidade; (4) o déficit estatural (2,3%) foi explicado por variáveis biológicas e pior posição socioeconômica dos adolescentes; já a prevalência de obesidade (10,0%) apresentou associação com comportamentos individuais, fatores psicossociais de risco para saúde e melhor posição socioeconômica; (5) as pegadas médias de carbono (1206 gCO2e/kg), hídrica (2760 litros/kg) e ecológica (8,07 g-m2/Kg) foram maiores entre adolescente das regiões Sul e Sudeste, com padrão alimentar de maior risco nutricional; (6) a prevalência de comportamentos de risco para transtornos alimentares (16,5%) apresentou associação com pior posição socioeconômica, com comportamentos individuais e com fatores psicossociais de maior vulnerabilidade, existindo diferenças entre os comportamentos para perda de peso (11,3%) e aqueles para ganho de peso ou massa muscular (8,8%); (7) a superestimativa (6,6%) e a subestimativa (37,1%) da imagem corporal associaram-se ao comportamentos individuais (sexo, satisfação corporal e comportamentos de risco para transtornos alimentares); (8) a vivência da insegurança alimentar domiciliar (22,8%) foi explicada pela pior posição socioeconômica, comportamentos de maior risco alimentar e nutricional e por fatores psicossociais de maior vulnerabilidade; e (9) a insatisfação corporal coexiste com desvios nutricionais, consumo alimentar de maior risco nutricional, insegurança alimentar, comer de forma desatenta, comportamentos de risco para transtornos alimentares e melhor posição socio econômica. Com base no reconhecimento de todo esse contexto, (10) deve-se pensar um modelo de gestão e produção do cuidado alimentar e nutricional de adolescentes brasileiros baseado na (a) incorporação de novos indicadores à VAN, (b) na qualificação das ações educativas para resiliência e autonomia e (c) e no desenvolvimento de políticas públicas de saúde, alimentação e nutrição voltadas a esse população do Brasil. |