Corpo, gestar, parir: sobre (barra vertical) vivências maternas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Raulino, Clara Shayana Regis
Orientador(a): Londero, Mário Francis Petry
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49688
Resumo: As maternidades pairam sobre discursos construídos historicamente, por diferentes saberes que perpassam o laço social. Apesar de avanços significativos sobre conquistas de direitos das mulheres e das mães, ainda são impostos ideais normativos, por vezes violentos, não respeitando a singularidade de cada uma de construir seu próprio caminho materno. Despertada pelo que cerca as questões, e diante das escutas no setting analítico o qual exerço, acompanhei durante nove meses um grupo de pré-natal coletivo o qual buscava desconstruir os ideais normativos impostos à maternidade, para tanto, as mulheres do grupo partilhavam de experiências singulares e do que delas poderiam vir a fazer encontro com para a produção de cada maternidade. Além disso, pala além da escuta dentro do consultório, bem como das produções da cultura sobre reportagens, filmes, documentários e músicas, busquei, guiada pela psicanálise, escutar mulheres-mães sobre as suas vivências, e assim, deslocar um sofrimento que parece constante entre elas, para possibilidades de inscrição enquanto mãe, que será particular a cada uma. Nos capítulos, teci considerações sobre este corpo entre o feminino e o masculino, o controle, o feminino na psicanálise; também escrevo sobre o parto, o passado que ressoa nas marcas das violências obstétricas hoje, o parto como acontecimento. Então, relato sobre o tornar-se mãe no período pandêmico que foi concomitante a essa pesquisa, e a inscrição de um lugar enquanto mãe. As mulheres-mães as quais tive contato relatam sofrimentos no controle, sejam nos corpos, no parto, na nomeação enquanto querer ou não a maternidade, ou seja, no seu desejo. Todavia, espaços como o grupo, a clínica, escritas-denúncias como este trabalho, vão fazendo furos nos ideais impostos, na vida de mulheres e suas inscrições subjetivas.