Relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os hábitos e qualidade de sono, e os componentes da atenção em universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Emanuelle Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27437
Resumo: O atraso de fase do sono, caracterizado por horários mais tardios de dormir e acordar, visto na adolescência, pode persistir após o ingresso dos jovens na universidade. Esse atraso resulta no encurtamento da duração do sono dos estudantes que estudam pela manhã, uma vez que são obrigados a adiantar o horário de acordar na semana letiva. Esse comportamento pode modificar os hábitos e qualidade de sono e assim, ocasionar prejuízo na atenção daqueles do turno matutino. Sabendo que a atenção é um processo básico capaz de interferir em outros processos cognitivos e que o conhecimento atua na tomada de decisões, investigamos a relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os hábitos e a qualidade de sono, e os componentes da atenção de jovens de uma universidade pública do RN. Os 35 participantes (19,8 ±1,9 anos - 27 mulheres e 8 homens) responderam aos questionários: A Saúde e o Sono, Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, Escala de Sonolência de Epworth, Questionário de MatutinidadeVespertinidade de Horne & Östberg; preencheram o Diário de Sono e usaram um actímetro por 10 dias, e realizaram uma Tarefa de Execução Contínua. No geral, o G2 (grupo com maior nível de conhecimento sobre o sono) relatou melhores hábitos do sono quando comparado ao G1 (grupo com menor nível de conhecimento sobre o sono), tais como: menor uso do celular e maior frequência de despertares espontâneos nos dias de aula; menor consumo de cafeína antes de dormir e menor irregularidade no tempo total de sono entre semana e fim de semana. Independente do grupo, alguns hábitos de sono diferiram entre os dias de aula e os dias livres. Os horários de deitar, dormir, acordar e levantar ocorreram mais cedo nos dias de aula (Anova, p<0,05), o tempo total na cama e o tempo total de sono foram menores nos dias de aula (Anova, p<0,05), porém o número de despertares após o início do sono foi maior nos dias livres (Anova, p<0,05). A qualidade de sono não diferiu em função do conhecimento sobre o sono, enquanto os escores de sonolência diurna foram correlacionados negativamente com o número de acertos nas alternativas sobre o sono (r=-0,35, p<0,05). Além disso, a sonolência diurna excessiva foi relatada com maior frequência pelo G1 (X2 , p<0,05), que tendeu a ter escores médios superiores de sonolência diurna (Mann-Whitney, p=0,07). Ao despertar, a sonolência diferiu apenas entre os dias de aula e os dias livres (Anova, p<0,05). O desempenho na tarefa que avalia os quatro componentes da atenção diferiu do esperado, visto que não houve relação entre o conhecimento e o desempenho atencional. A maior parte dos indicadores e componentes de atenção não difeririam entre os grupos. Houve apenas uma tendência do G2 em apresentar uma redução no percentual de respostas corretas ao longo da tarefa (Anova, p=0,09), sugerindo uma menor atenção sustentada neste grupo. Portanto, sugere-se que o conhecimento sobre o sono esteja relacionado à prática de melhores hábitos de sono e menor sonolência diurna. Porém, não foram observadas relações entre o conhecimento, a qualidade de sono e o desempenho na tarefa de atenção. Portanto, faz-se necessário ampliar a amostra para avaliar melhor a relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os hábitos e a qualidade de sono, e os componentes da atenção em universitários.