Diferenças sexuais no padrão de sono, JETLAG social e atenção de adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Diogo, Fernanda Mayara Crispim
Orientador(a): Azevedo, Carolina Virginia Macedo de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43679
Resumo: Sono insuficiente e ciclo sono e vigília irregular são problemas comuns para adolescentes, que sofrem um atraso de fase no sono devido a mudanças biológicas e sociais associadas à puberdade, resultando em horários de sono mais tardios. Enquanto os horários matutinos de aula encurtam o tempo de sono na semana devido aos adolescentes terem que acordar mais cedo, levando à compensação no fim de semana. Este quadro está associado a horários irregulares de sono, sendo prejudicial para o desempenho cognitivo. Este cenário pode ser pior nas meninas devido à maior necessidade e menor resistência à privação de sono. Neste trabalho, avaliamos as diferenças sexuais em relação ao padrão de sono, Jetlag social e atenção em adolescentes do ensino médio no turno matutino, com a participação de 207 estudantes de ambos os sexos (F: 133 - 15±0,9 anos; M: 74 - 16±0,9 anos). Os participantes preencheram os questionários “A saúde e o sono”, o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, e em seguida o diário do sono por 10 dias, registrando os horários de sono, e a sonolência ao despertar na Escala de Sonolência de Maldonado. Para a avaliação atencional, realizaram a Tarefa de Execução Contínua. Análises de GLM foram realizadas para analisar a relação entre sexo e cronotipo (variável controle) prevendo horários de sono, tempo na cama, sonolência ao despertar, irregularidade nos horários de sono, Jetlag social, irregularidade no tempo na cama entre semana e fim de semana e atenção, assim como irregularidade nos horários de sono, Jetlag social e irregularidade no tempo na cama prevendo atenção. De modo geral, as meninas passaram mais tempo na cama e se levantaram mais tarde no fim de semana (Anova, p < 0,01), apresentaram uma tendência a ter maior irregularidade nos horários de levantar (Anova, p = 0,07) e obtiveram a maior proporção de qualidade ruim de sono (X², p < 0,01). Os sexos não diferiram em relação ao horário de deitar e levantar, tempo na cama em dias de semana, irregularidade nos horários de deitar, Jetlag social, irregularidade no tempo na cama, escore da qualidade de sono e sonolência ao despertar (Anova, p > 0,05). As meninas apresentaram o maior tempo de reação no alerta fásico (Anova, p < 0,05), enquanto no GLM foi visto uma relação fraca com o sexo prevendo uma tendência para as meninas terem maior tempo de reação (B = 29,8; p = 0,06), porém maior percentual de respostas corretas no alerta fásico (B = 3,440; p = 0,09). Portanto, sugere-se que as meninas apresentam maior compensação de sono no fim de semana, reflexo de uma menor resistência à privação de sono na semana, além disto as meninas apresentaram o maior tempo de reação em um dos componentes da atenção. Por outro lado, devido ao GLM ter mostrado apenas relações fracas de tendência com pequeno tamanho de efeito do sexo prevendo a atenção, sugere-se que novos estudos sejam conduzidos em um número amostral maior com melhor balanceamento entre os sexos para a análise destas relações.