Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Gabriel Silva |
Orientador(a): |
Jantzen, Sylvio Arnoldo Dick |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
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Departamento: |
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5176
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Resumo: |
O objetivo da pesquisa (e dissertação) é conceituar e contextuar a arquitetura desconstrutivista, partindo de um estudo das condições da Modernidade que possibilitaram a emergência, a permanência, o fim e o legado dessa tendência arquitetônica. Examinaram-se as críticas à razão, à ciência e às diferentes concepções de história a partir da década de sessenta do século XX. Considerou-se que aquelas críticas marcavam a “Pós-Modernidade”, na cultura e na arquitetura. Entre outros, retomou-se o problema da recuperação do sujeito na cultura da Modernidade padronizadora das subjetividades. A Pós-Modernidade teria sido o momento e as abordagens que pretendiam desconstruir as certezas da Modernidade. O Desconstrutivismo europeu e norte-americano apoiou-se na fenomenologia, no estruturalismo e no pósestruturalismo, bem como na hermenêutica. Tentou assimilar o fenômeno da globalização, um novo paradigma estético e os reflexos da reviravolta linguística na filosofia, nas ciências humanas, na crítica cultural e também na arquitetura. O filósofo Jacques Derrida foi estudado nesta pesquisa como o mentor do Desconstrutivismo na arquitetura, tendo ele mesmo trabalhado em alguns projetos. O método de abordagem para compreender o fenômeno desconstrutivista foi reconstrutivo e hermenêutico. Segmentos da trajetória de Derrida foram estudados retrospectivamente, a partir de sua emergência no campo da arquitetura. A reconstrução do Desconstrutivismo também abrangeu a arte e o cinema, a arte conceitual e identificou-se o Desconstrutivismo na arquitetura como parte da Pós-Modernidade. Detalharam-se análises da época, do caráter metalinguístico e de hipertexto da arquitetura desconstrutivista. Problematizou-se a dualidade entre representação e realidade em arquitetura. Por meio de uma análise gráfica de obras arquitetônicas selecionadas, a pesquisa fez uma reviravolta e passou a descrever a arquitetura desconstrutivista não somente como uma tendência estética pós-modernista, mas expôs um campo de poéticas da arquitetura subjacente ao Desconstrutivismo arquitetônico. Dois arquitetos foram escolhidos para demonstrar esse achado: Peter Eisenman e Bernard Tschumi. O Parc de La Villette de Paris foi tomado como obra-chave para compreender a abordagem e a poética desconstrutivista na arquitetura. Concluiu-se que a Arquitetura Desconstrutivista, ao chegar a seus “posfácios” havia-se dissolvido na cultura de massas, no campo da arquitetura e passou a servir de referências para outras arquiteturas distanciadas dos objetivos desconstrutivistas primordiais. A força crítica dos “prefácios” do Desconstrutivo foi removida e neutralizada pela popularidade necessária a uma arquitetura da globalização. Também registraram-se mudanças nas direções das carreiras dos arquitetos estudados, após a conclusão do Parc de La Villette. Retomaram suas “carreiras solo”, embora compartilhando posicionamentos. Também confirmou-se uma das teses do arquiteto e historiador Manfredo Tafuri, segundo a qual na Modernidade a produção da arquitetura não ultrapassa os limites das ideologias, com dias contados. As poéticas de vanguarda acabam sendo recebidas como “estilos” e sua força crítica lhes é suprimida e neutralizada. O destino do Desconstrutivismo arquitetônico acompanhou o das demais artes, no capitalismo em globalização. Ao ser recebida por seu caráter formal, pela sua estética, a arquitetura desconstrutivista foi recebida como um empreendimento de uma “neovanguarda”, por algum tempo, até sua dissolução nas estéticas contemporâneas do supérfluo ou do hiperestético, do objeto sem função, exclusivamente estético. |