Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Barcellos, Cátia Simone Ribeiro |
Orientador(a): |
Garcia, Maria Manuela Alves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7783
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Resumo: |
Este trabalho constituiu-se a partir de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Curso de Mestrado em Educação. Problematizou os processos de construção da identidade étnico-racial de oito estudantes afro-brasileiros e afro-brasileiras, em quatro cursos de Licenciatura da UFPel, e buscou analisar como estes/as estudantes percebem essa identidade no interior da Universidade, na sua formação de futuros/as professores/as, nos cursos de Licenciatura em Ciências Sociais, História, Matemática e Biologia. Para analisar como se deu a construção desta identidade e a percepção dos alunos e das alunas em relação ao fato de serem universitários/as negros/as, a principal fonte de dados utilizada foram os depoimentos orais dos/as próprios/as alunos/as, obtidos através de entrevistas com roteiros semi-estruturados, em que falaram sobre as suas trajetórias de vida familiares e escolares antes e durante seus ingressos no Ensino Superior. Além das entrevistas com os/as estudantes, foi feita uma entrevista com o Pró-Reitor de Graduação da UFPel, a fim de obter os dados de raça/etnia desta comunidade e analisar qual a relação dessa Universidade com as questões étnicoraciais, principalmente no que diz respeito à população afro-descendente; procedi, ainda, a uma análise documental nas fichas de matrícula dos/as estudantes e em dois jornais para obtenção de dados considerados relevantes. O referencial teórico adotado para dar embasamento à pesquisa teve a contribuição dos Estudos Culturais e de estudos baseados nas Teorias Críticas em Educação, em que foram utilizados autores e autoras que têm produzido sobre a temática no Brasil. O trabalho analisa o relato dos/as estudantes falando das experiências de preconceito, racismo e discriminação que influenciaram e ainda influenciam diretamente as suas identidades dentro e fora do contexto da Universidade, mostrando como são marcados ao longo das suas vidas por serem vistos como “diferentes”, devido ao fato de terem a cor da pele e a textura do cabelo de uma outra forma, que não a estabelecida como padrão na sociedade. A construção da identidade étnico-racial dos sujeitos da pesquisa enquanto afro-brasileiros/as constitui-se em meio às vivências familiares e escolares pelas quais passam antes e durante seus ingressos no Ensino Superior. A percepção destes/as alunos/as em relação a serem universitários/as negro/as, depois de terem participado do presente estudo, foi ampliada, já que, antes, percebiam-se apenas enquanto minoria e, hoje, avaliam que têm um compromisso social e político consigo mesmos e com os/as outros/as afrobrasileiros/ as que ainda não ocupam o espaço da Universidade. A pesquisa teve o intuito de mostrar, através da fala dos/as próprios/as estudantes, as dificuldades que pessoas de classes populares e de etnias consideradas minoritárias têm de enfrentar para permanecerem no sistema escolar de ensino, e de dar voz a quem não tem tido a oportunidade de se expressar. |