O Rito da Confirmação Luterana e o Processo Escolar dos Pomeranos na Serra dos Tapes - RS (1938-1971).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Romig, Karen Laiz Krause
Orientador(a): Weiduschadt, Patrícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7994
Resumo: Esta dissertação de Mestrado constitui-se com o objetivo de analisar as relações entre o ritual da confirmação e o processo escolar de crianças e jovens em escolas particulares luteranas, situadas dentro da região cultural pomerana, na Serra dos Tapes-RS, no período de 1938 a 1971. A confirmação luterana é aqui entendida como um ritual de passagem. Neste rito os adolescentes e jovens são preparados por meio do ensino confirmatório para reafirmarem sua fé no culto da confirmação. É entendido como um elemento da etnicidade dos pomeranos, o qual determina a passagem da infância para as responsabilidades da vida adulta, demarcando o período do início da juventude. O estudo desta temática é envolvido pelo processo histórico de formação cultural e religiosa da Serra dos Tapes. A metodologia da investigação conta com a história oral e a análise documental, na perspectiva de estudos na área da História da Educação. O trabalho envolve conceitos norteadores como etnicidade (BARTH, 2011), campo e habitus (BOURDIEU, 1994), ética protestante (WEBER, 2004), dentre outros. Os aspectos escolares são analisados sob a ótica da cultura material escolar (JULIA, 2001), a partir das análises de documentos e narrativas de ex-alunos, ex-professores e confirmandos, permitindo observar o cenário escolar da época, bem como as motivações da igreja e, também, as intencionalidades das famílias da comunidade, ao terem seus filhos confirmados. Fez-se necessário compreender a organização das escolas comunitárias, pois a partir da análise de elementos dessas instituições educativas, como narrativas e documentos, percebeu-se que, de fato, os atos religiosos, como a confirmação, intervinham na não sequência dos estudos. Concluiu-se que um dos motivos de os jovens não seguirem seus estudos era o rito da confirmação, prática legitimada pela própria comunidade, definida como o momento de saída da escola, algo que fora internalizado culturalmente e religiosamente. Além disso, no meio rural não existiam escolas de ensino secundário, e a ida dos jovens para a cidade simbolizava um distanciamento cultural da comunidade, sendo que a saída da escola também era almejada, pois as famílias necessitavam da ajuda dos filhos na lida da agricultura.