Comunidades luteranas livres em São Lourenço do Sul (1886 – 1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oswald, Tamara
Orientador(a): Silva Júnior, Adhemar Lourenço da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2745
Resumo: Desde a chegada dos primeiros imigrantes a São Lourenço em 1858, o luteranismo se instalou naquela região como principal religião entre os colonos. Como não havia pastores e professores entre eles, sentiram a necessidade de organizar locais comunitários onde pudessem professar a fé e proporcionar o ensino aos jovens e crianças. Naquele contexto, sem apoio da Igreja Alemã para construírem seus templos, procuraram erguê-los de maneira autônoma através da união e organização comunitária. Do mesmo modo, pleitearam locais para desenvolver atividades educacionais na colônia, adquirindo espaços primeiramente através de doação e, mais tarde, da compra de lotes destinados a construção das escolas-capela. Este período inicial de formação das comunidades não contou com uma maior intervenção ou auxílio das instituições luteranas que já se organizavam no país. Essa situação mudou somente a partir de 1886, quando o Sínodo Rio-Grandense passa a enviar pastores ordenados para o interior da província, a fim de filiarem as comunidades autônomas à sua instituição e arrebanhar novos fieis. Em 1900, o Sínodo de Missouri também passa a enviar pastores às regiões coloniais com o mesmo propósito. A partir desse momento até 1945, as comunidades que se organizaram de forma autônoma são inseridas em um contexto de disputa religiosa entre as instituições sinodais, ao mesmo tempo em que se encontram num período de distúrbios políticos e étnicos, em virtude das duas guerras mundiais e do Estado Novo, no Brasil. Além de verificar as atividades das comunidades livres e independentes em São Lourenço do Sul neste contexto, este trabalho pretende trazer o tema do independentismo às discussões sobre o luteranismo no Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul, visto que ainda existem comunidades livres em atividade, especialmente a região sul. O diferencial desta pesquisa, além de verter sobre a temática do independentismo, ainda pouco difundida entre os debates historiográficos sobre o luteranismo no Brasil, está em ter utilizado fontes autóctones das comunidades livres e independentes, dando prioridade à documentação que até então não havia sido utilizada. Esse olhar sobre fontes não-sinodais, dá ao trabalho e às próprias comunidades autônomas, voz e a possibilidade de um novo viés interpretativo sobre suas origens e permanência.