Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Eduarda Borges da |
Orientador(a): |
Gill, Lorena Almeida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4175
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Resumo: |
Esta dissertação analisa o ofício de parteira ao sul do Rio Grande do Sul entre 1960 a 1990, a partir de três campos de análise: os saberes, as transformações do ofício e as relações de gênero. Utiliza como fonte três manuais: um para supervisão; um para treinamento de parteiras e outro para as gestantes; e doze entrevistas de história oral temática, sendo dez realizadas com parteiras que atenderam a domicílio na cidade e na zona rural e em hospitais, uma entrevista com um médico que também foi coordenador da vigilância sanitária e outra com uma auxiliar de Enfermagem. As metodologias empregadas para a dissertação são, portanto, a História Oral e a análise documental de manuais. O primeiro campo de análise engloba discussões sobre a cura e o cuidado, reflete sobre a condição de narradoras idosas e sobre as formas específicas de rememorar nessa faixa etária. Aborda o caminho metodológico percorrido pela pesquisadora e os saberes específicos do partejar e outros conhecimentos adquiridos, como a benzedura, o uso de ervas e técnicas básicas de atendimento em saúde. Em um segundo momento, se observa as transformações do ofício a partir dos processos higienista, de industrialização do parto e do movimento de humanização do parto. É discutido o movimento higienista e seu interesse em disciplinar o corpo das mães, por ver nelas propagadoras em potencial dessa política sanitarista; os conflitos profissionais entre parteiras, enfermeiras e médicos; o uso de tecnologias, ferramentas e atendimento invasivo às parturientes e a institucionalização do parto como um evento que se tornou hegemonicamente hospitalar; ainda, o movimento social de humanização do parto, o instinto materno e o protagonismo no momento de dar à luz. E, finalmente, no terceiro campo de análise são discutidas as relações de gênero na parturição. No princípio deste é mencionada a possibilidade de uma escrita feminista à História e as diversas formas de viver as maternidades, paternidades e feminismos. Em seguida o debate é centrado nos direitos reprodutivos e consequentemente, nas violências sofridas durante o processo de parir. A pesquisa é finalizada com formas de reciprocidade desenvolvidas entre as parteiras entrevistadas e suas comunidades, especialmente o conceito de ―comadrio‖, compreendido como uma relação de gênero tática entre mulheres, parteiras e parturientes. |