Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Felipe Pinto dos |
Orientador(a): |
Bernardo, Danilo Vicensotto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8821
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Resumo: |
A violência é um tema polissêmico, multifacetado, e controverso, mas estima-se que sua manifestação física e material esteve presente no gênero Homo desde o seu surgimento há aproximadamente 2 milhões anos A.P. Entre os Homo-spiens, sua prática coletiva tornou-se proeminente nos últimos 5.000 A.P e funcionou como um fator importante para formação e declínio de sociedades complexas. Este estudo analisa a partir de perspectivas ecológico-evolutivas o papel da violência coletiva na formação, manutenção e declínio de sociedades complexas na América do Sul. Especificamente, em sociedades andinas durante o Horizonte Médio (HM: 1350-950 A.P) e o Período Intermédio Tardio (PIT: 950-550 A.P). Objetivou-se analisar as diferenças da violência entre os períodos considerados, e, conjuntamente, observar a variação da dieta em função de variáveis climáticas e demográficas, com o interesse de entender possíveis relações entre esses fatores econômicos e a prática da violência. Foi analisado dados bioarqueológicos de traumas craniais de adultos e dados de padrão de dieta por isótopos de 13C (carbono) e 15N (nitrogênio) do colágeno ósseo de remanescentes humanos pré-coloniais da região do Peru central. Adicionalmente, dados de variáveis climáticas e demográficas, como temperatura média anual, precipitação média anual, e densidade demográfica de Kernel, foram considerados. Para observar as diferenças de traumas entre os períodos e a variação da dieta, foram aplicados modelos lineares de regressão generalizados. Adicionalmente, foi aplicado análises de estatística descritivas e testes de independência Exato de Fisher, ambos como complementos analíticos das análises de regressão. Os resultados indicam que a violência foi menos intensa durante o HM em comparação com o PIT, inclusive com menores níveis de letalidade. Em relação à variação da dieta, os valores de 13C e 15N foram mais homogêneos no HM e variados no PIT. As análises de regressão, assim como os resultados da descrição estatística, indicam que as mudanças de temperatura e precipitação tiveram efeitos significativos nos padrões de dieta no HM e no PIT. As diferenças observadas entre os dois períodos coincidem com o aumento da violência no PIT. Os resultados corroboram o que a literatura especializada diz sobre os dois períodos. Argumenta-se que a violência foi mais controlada no HM devido a maior influência e coesão social do poder imperial Wari. Por outro lado, a fragmentação de grupos políticos autônomos durante o PIT, aumentou a ocorrência de violência coletiva. As mudanças nos padrões de dieta estão associadas significativamente às transformações políticas, devido ao declínio do império Wari e também às mudanças climáticas e ambientais. O contexto do HM e do PIT ilustra que a cooperação e a competição não são mutuamente excludentes no processo evolutivo social. Como mostra a Ecologia comportamental humana, a Psicologia Evolutiva e a Teoria de Seleção Multinível, cooperamos para o favorecimento de nossos grupos, assim como cooperamos para lutar contra grupos que ameaçam nossos grupos. O cenário de maior coesão interna durante o HM resultando em violência mais controlada e sistematizada, e a maior diversificação de grupos no PIT resultando em violências mais generalizadas, é compatível com este processo. |