Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Boyadjian, Célia Helena Cezar |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-31012008-161121/
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Resumo: |
A análise de microfósseis vegetais é extremamente útil para a recuperação de informações acerca da utilização de plantas por grupo humanos do passado, especialmente em sítios arqueológicos em que os macro-restos botânicos são raros, como é o caso dos sambaquis. Estes micro-restos podem ser obtidos a partir de sedimento, coprólitos, utensílios de pedra ou cerâmica, assim como de cálculo dentário (tártaro). Durante a mastigação e a utilização dos dentes como ferramentas, micro partículas provenientes do alimento ou da matéria prima utilizada, como grãos de amido, fitólitos, fibras, ficam retidas na matriz do cálculo, podendo ali permanecer protegidas por milhares de anos. O tratamento químico do cálculo permite a recuperação destes microfósseis, que, uma vez quantificados e identificados, fornecem dados valiosos para a reconstrução de hábitos e dieta. Entretanto, existem sítios em que, além da má preservação dos macro-restos vegetais, restam apenas escassas marcas de cálculo dentário aderidos aos dentes, impedindo a obtenção de fragmentos de cálculo e conseqüentemente a recuperação dos microfósseis. A utilização de recursos vegetais pelos grupos construtores de sambaquis constitui uma área do conhecimento ainda pouco explorada. Dentre os sambaquieiros há aqueles com depósitos fartos de cálculo dentário, como é o caso em Jabuticabeira II (SC), mas também há aqueles que apresentam somente reduzidos depósitos de cálculo, como é o caso em Moraes (SP). Assim, os objetivos deste trabalho foram: processar e analisar quantitativamente o conteúdo do cálculo dentário de indivíduos de Jabuticabeira II; desenvolver e testar um método alternativo que permitisse a recuperação de microfósseis a partir de marcas de cálculo dentário (.dental wash.); aplicar este método alternativo nos indivíduos de Moraes e comparar os resultados obtidos entre os dois sítios. Através dos resultados obtidos concluiu-se que: - O método .dental wash. é eficiente para a recuperação de micro partículas a partir de marcas exíguas de cálculo dentário, e seus resultados são comparáveis àqueles obtidos através da técnica tradicional. Contudo, o .dental wash. pode tornar os dentes mais friáveis, prejudicando análises morfológicas e de microdesgaste. - Foram observados grãos de amido em praticamente todas as amostras de Jabuticabeira II e Moraes, enquanto fitólitos somente foram encontrados em poucas delas. Isso indica um importante aporte de alimento amiláceo em ambos os sítios, enquanto que apenas 134 alguns indivíduos consumiam uma dieta mais diversificada, constituída em parte de vegetais ricos em fitólitos. - Grãos de amido modificados (em ambos os sítios) e fragmentos escuros de origem vegetal (somente em Jabuticabeira II) indicam o preparo de alimentos através de cocção, maceração, abrasão. - A concentração média dos grãos de amido significativamente maior nas amostras de Moraes em comparação com Jabuticabeira II sugere que o aporte amiláceo tivesse sido maior em Moraes, o que é confirmado indiretamente através da maior freqüência de cáries. -Não parece ter havido distinção no aporte vegetal da dieta entre os sexos, já que não houve diferença das concentrações de amido e fitólitos entre homens e mulheres de Jabuticabeira II e Moraes. |